Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Araujo, Isabel Cristina de [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/20712
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Resumo: |
A prevalência de desnutrição energético-protéica em pacientes em hemodiálise é elevada e a sua relação com morbidade e mortalidade já foi demonstrada em vários estudos. No entanto, em pacientes iniciando hemodiálise a associação do estado nutricional com desfechos clínicos foi pouco investigado. Desta forma, este estudo teve como objetivo avaliar o impacto dos marcadores nutricionais utilizados na prática clínica sobre a mortalidade de pacientes iniciando hemodiálise. O estudo foi conduzido em uma coorte de pacientes iniciando hemodiálise e consistia de marcadores nutricionais incluídos em um banco de dados em um período de 10 anos (Janeiro de 1992 a Dezembro de 2002). Somente os pacientes com a primeira avaliação nutricional realizada antes de completar três meses do início da hemodiálise foram incluídos nas análises, totalizando 344 pacientes. As medidas antropométricas empregadas para a avaliação do estado nutricional foram o peso, a estatura, a circunferência de braço (CB) e a prega cutânea de tríceps (PCT). A partir dessas medidas foram calculados o índice de massa corporal (IMC) e a circunferência muscular do braço (CMB). Os marcadores bioquímicos avaliados no estudo foram àqueles coletados rotineiramente na unidade de diálise: creatinina, uréia e albumina séricas e colesterol total. A ingestão dietética foi avaliada por meio do diário alimentar de três dias. O desfecho clínico analisado foi a mortalidade. A população estudada era predominantemente masculina (60,2%), com idade média de 50,4 ± 16 anos. No final do período de análise (10 anos), 105 pacientes foram a óbito, sendo as doenças cardiovasculares a principal causa de óbito (49,5%). Comparando os parâmetros iniciais entre os pacientes sobreviventes e aqueles que foram a óbito, observou-se que a creatinina e albumina sérica eram significantemente menores no último grupo. Com exceção da adequação da CMB que foi significantemente menor nos pacientes que foram a óbito (P<0,01), os demais parâmetros antropométricos avaliados não foram diferentes entre os grupos. A ingestão protéica e energética estava abaixo do recomendado em ambos os grupos e foi significantemente menor no grupo de pacientes que foram a óbito. Na curva de sobrevida de Kaplan-Meier foi observada que a adequação da CMB < 90% foi associada com pior sobrevida (P=0,03). Para analisar a relação entre IMC e massa muscular com a mortalidade, os pacientes foram divididos em 4 grupos, de acordo com valores específicos para IMC e adequação da CMB. Pacientes com IMC ≥ ou < 25 kg/m² foram divididos de acordo com a adequação da CMB ≥ ou < 90%. A melhor sobrevida foi observada nos pacientes que ao mesmo tempo apresentavam IMC < 25 kg/m² e CMB > 90%. Pacientes com IMC ≥ 25 kg/m² e CMB < 90% tiveram a pior sobrevida. Na análise de Cox Proportional Hazards, ajustando as variáveis para diabetes, idade > 60 anos e albumina sérica < 3,5 g/dL, a adequação da CMB < 90% (P= 0,008) e a ingestão energética < 25 Kcal/kg/dia (P=0,03) foram preditores independente de morte nos pacientes estudados. Podemos concluir que sinais de desnutrição evidenciados pela redução da CMB e da ingestão energética estiveram associados com maior risco de morte em pacientes iniciando hemodiálise. |