Ensaio clínico randomizado comparando agulhamento versus revisão com incisão pequena para falência de trabeculectomia em pacientes com glaucoma

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Zantut, Fabio Luis de Arruda [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69473
Resumo: Objetivo: Avaliar retrospectivamente a segurança e eficácia da revisão cirúrgica posterior com pequena incisão (RCP). Comparar a segurança e eficácia da RCP com pequena incisão versus o agulhamento após um ano, em pacientes com diagnóstico de glaucoma e trabeculectomia falida há pelo menos seis meses. Comparar a avaliação da ampola filtrante entre examinador especialista em glaucoma e tomógrafo de câmara anterior (AS OCT). Métodos: Analisamos retrospectivamente 19 pacientes submetidos a RCP para avaliação de segurança e eficácia da técnica. Foi, então, conduzido estudo prospectivo randomizado em pacientes portadores de glaucoma com trabeculectomia há pelo menos seis meses e pressão intraocular não controlada, apesar da máxima medicação tolerada. Todos os pacientes foram submetidos a exame oftalmológico completo pelo investigador principal, submetidos à biomicroscopia por segundo investigador, especialista em glaucoma, e, então, realizada tomografia de coerência óptica de segmento anterior usando OCT (Tomografia de Coerência Óptica) 100 AS-OCT (Carl Zeiss Meditec, Dublin, CA, USA), por técnico oftalmológico com intuito de avaliar a presença de líquido sob a conjuntiva e comparar com o exame biomicroscópico do segundo investigador; teste estatístico de Kappa foi utilizado para avaliar concordância na presença de líquido subconjuntival. Após randomização, 21 pacientes foram submetidos ao agulhamento e 19 a RCP. Foram, então, examinados no primeiro, sétimo, décimo quarto dia, um mês, quatro meses, e doze meses após intervenção. Todas as visitas incluíram: investigação de queixas oculares ou sistêmicas, melhor acuidade visual corrigida, biomicroscopia, fundoscopia, gonioscopia e estereofotografia de papila anualmente. Após um ano foram classificados em sucesso absoluto os pacientes que apresentaram PIO < 16mmHg sem uso de medicações hipotensoras em duas medidas consecutivas e sucesso. As duas técnicas foram então comparadas. Para avaliar o sucesso ao longo do tempo, foram utilizadas as curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier (teste log-rank para a diferença entre as curvas). A influência das variáveis independentes (idade, tempo de cirurgia e número de medicamentos) na taxa de sucesso foi avaliada pelo modelo de regressão de Cox. Resultados: Dos 19 pacientes submetidos a RCP, a PIO, na última visita, foi reduzida de 20.9 ± 8.4mmHg (variação de 12- 4 4mmHg) para 11.6 ± 3.6mmHg (variação de 6-19mmHg). No grupo de pacientes randomizados, 40 foram incluídos neste estudo. Entre eles, 38 completaram 1 ano de acompanhamento (18 no grupo de revisão e 20 no grupo de agulhamento). A idade variou de 21 a 86 anos, com média de 66,82 ± 13,44. No início do estudo, a PIO média foi de 21,64 ± 5,12 mmHg (variação de 14 a 38 mmHg) em todo o grupo. Todos os pacientes estavam em uso de pelo menos duas classes de colírio hipotensor e três pacientes estavam em uso de acetazolamida oral. O uso médio de colírios hipotensores foi de 3,11 ± 0,67 no início do estudo para todo o grupo. De 38 olhos, dois foram considerados falhas de tratamento (5,2%), com duração média de seguimento de 1 ano. Após um ano de tratamento, ambas as técnicas foram semelhantes para os parâmetros da PIO e para o número de medicamentos (p = 0,834 e p = 0,433, respetivamente). Em relação às complicações intra ou pós-operatórias, no grupo agulhamento, apenas um paciente apresentou sinal de Siedel positivo e apenas um paciente do grupo agulhamento foi submetido à RCP. Em relação à comparação entre a biomicroscopia realizada por especialista em glaucoma e o AS – OCT, foi determinado pelo examinador que havia líquido em 26 pacientes, e a presença de líquido foi confirmada em 19 pacientes por AS-OCT. Dos 14 pacientes que foram determinados com ausência de fluido, isso foi confirmado por AS-OCT em sete pacientes (Kappa = 0,231; concordância de 65,00%). Conclusões: A RCP se mostrou eficaz e segura nos pacientes do estudo retrospectivo. Existe uma concordância razoável entre a avaliação do especialista em glaucoma e a avaliação do AS-OCT em termos da presença de fluido na trabeculectomia. Ambas as técnicas se mostraram seguras e eficazes ao longo de um ano e não houve diferença estatística, após esse período, em relação ao controle de PIO ou uso de medicação hipotensoras entre as técnicas.