O suporte e o formato nos quadrinhos: um estudo sobre as revistas de Mauricio de Sousa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Araújo, Kleber Soares [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63773
Resumo: Mediante uma perspectiva histórica, o desenvolvimento dos quadrinhos foi fomentado pelos suportes que os veicularam. Os suportes, com seus formatos específicos, são elaborados para atenderem determinadas necessidades de comunicação e promovem a circulação dos gêneros textuais na sociedade. Questiona-se, assim, se a utilização de diferentes formatos interfere na composição de conteúdo. Parte-se da hipótese de que o formato específico presente no suporte gera expectativa em seu leitor e a sua alteração pode afetar a percepção de leitura. O objetivo principal desta pesquisa é verificar se a utilização de diferentes formatos, em suportes que veiculam textos em quadrinhos, interfere na composição e na percepção do conteúdo. Para tal, adotou-se a noção expandida de texto abordada por Beaugrande (1997), Koch e Elias (2006), Marcuschi (2008), Cavalcante (2011), Koch (2015, 2018), Elias e Silva (2018) e Gualberto, Pimenta e Santos (2018); o conceito de gênero proposto por Bakthin (2011); de hipergênero por Maingueneau (2013) e Ramos (2018); os estudos de suporte embasados nas pesquisas desenvolvidas por Debray (1993), Marcuschi (2003, 2008), Maingueneau (2013) e Távora (2008, 2012); e sobre os quadrinhos, por Gonçalo Junior (2004), Eisner (2010), Ramos (2007, 2018), García (2012) e Vergueiro (2017, 2017b). Realizou-se um estudo comparativo, de caráter qualitativo, com o primeiro exemplar de cada uma das seguintes revistas: “Turma da Mônica Jovem” (2016), “Super Almanaque da Turma da Mônica” (2017) e “Turma da Mônica Geração 12” (2019), publicadas pela Mauricio de Sousa Produções. As categorias de análise utilizadas nesta pesquisa - matéria, forma e interação – foram definidas a partir dos estudos apresentados por Távora (2008, 2012) e priorizam os aspectos físicos externos (material, dimensão, forma e paginação) e internos (diagramação e segmentação). Os resultados demonstraram que as publicações se assemelham no arranjo material do suporte e nos aspectos difusores, mas apresentam diferentes formatos que geram expectativas distintas com relação ao suporte e interferem na percepção do conteúdo. Concluiu-se que os diferentes formatos assumidos pelo suporte interferem na composição do conteúdo e que as configurações formais empregadas geram expectativas em seu leitor que afetam a percepção de leitura.