Efeitos tardios da desnutrição intrauterina sobre o tecido adiposo de ratos: análises proteômica e metabolômica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Souza, Adriana Pereira de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2434555
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48888
Resumo: A restrição do crescimento intrauterino (IUGR) pode programar alterações que afetam funções fisiológicas e causam doenças na vida adulta. O presente estudo teve como objetivo explorar as consequências da IUGR no tecido adiposo retroperitoneal de ratos machos e fêmeas adultos, usando as técnicas de proteômica e metabolômica. Ratas Wistar receberam durante a gestação dieta controle ad libitum (grupo controle) ou apenas 50% do alimento consumido pelas ratas controles (grupo desnutrido). Os filhotes foram mantidos com dieta controle até os 4 meses de idade. Tanto em machos quanto em fêmeas restritos houve diminuição do peso corporal ao nascimento e ao fim do desmame, entretanto ambos apresentaram tiveram peso normal aos 4 meses de idade. Os machos restritos não tiveram diferenças no peso dos tecidos adiposos ou nos níveis de glicose sérica, contudo apresentaram uma tendência à hiperinsulinemia. As fêmeas restritas tiveram aumento do peso dos tecidos adiposos com níveis de glicose e insulina séricos normais. As análises proteômica e metabolômica do tecido adiposo mostraram que, apesar da IUGR afetar vias relacionadas com o metabolismo energético e de substratos tanto em machos quanto em fêmeas, importantes diferenças de gênero foram evidentes. Nos machos restritos, intermediários do ciclo do ácido cítrico (TCA) foram afetados, com aumento de citrato e diminuição de succinato. Os níveis da enzima ácido graxo sintase e do D-gluconato (intermediário da via das pentoses-fosfato) estavam aumentados enquanto que os níveis de NADP+ estavam diminuídos. Níveis teciduais de diversos aminoácidos, incluindo valina e glutamato, estavam aumentados, assim como os níveis de branched-chain-amino-acid aminotransferase, da proteasoma subunidade ? tipo-3, da malato desidrogenase citosólica e da ATP sintase subunidade alfa. Os níveis de carnitina estavam diminuídos. As alterações em proteínas e metabólitos observados são compatíveis com a sugestão de proteólise e catabolismo de aminoácidos aumentado, provavelmente levando à síntese de ácidos graxos por intermediários do TCA e de NADPH gerado na via das pentoses fosfato. O desvio malato/aspartato pode estar repondo intermediários do TCA. Por outro lado, a oxidação de ácidos graxos pode estar inibida. Nas fêmeas, a IUGR induziu uma diminuição dos níveis de ADP, L-lactato desidrogenase B, transcetolase, perilipin-1 e 2-oxoisovalerato desidrogenase mitocondrial enquanto que aumentou os níveis da gliceraldeido-3-fosfatase desidrogenase. Esses achados sugerem diminuição da lipogênese e aumento da lipólise assim como prejuízo do controle glicêmico. VII Em ambos os gêneros, diversas proteínas relacionadas com o estresse oxidativo e com a inflamação foram afetadas, em um padrão compatível com o prejuízo dessas respostas. Em geral, os resultados indicam que, nos machos restritos, as alterações apontam para um padrão metabólico que favorece o desenvolvimento da obesidade, enquanto que, nas fêmeas restritas, as alterações apontam para um padrão metabólico compatível com o de obesidade estabelecida.