Com a minha carapinha: a poesia de Cristiane Sobral e o feminismo negro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Patricia Anunciada de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63112
Resumo: O objetivo deste trabalho é ler a obra poética de Cristiane Sobral, escritora negra, relacionando-a a algumas concepções do pensamento feminista negro. Para isso, seus poemas – principalmente do livro Só por hoje vou deixar o meu cabelo em paz (2014) – são interpretados ao lado de outros poemas de autoria negra brasileira, com enfoque na representação do corpo a partir da imagem dos cabelos crespos, “minha carapinha”, conforme escreve Sobral. Busca-se, assim, analisar como a constituição do eu-lírico constrói e expressa uma subjetividade da mulher negra, instaurando-a como sujeito que questiona o discurso patriarcal e racista vigente na sociedade. A análise dos poemas de Cristiane Sobral, proposta aqui, leva em conta obras teóricas de Lélia Gonzalez, bell hooks, Grada Kilomba, Angela Davis, Audre Lorde, Sueli Carneiro, Luiza Bairros, dentre outras. A pesquisa situa os poemas de Sobral no âmbito da chamada literatura negro-brasileira, uma vez que possuem características estéticas próprias a esse campo literário. Ao longo da leitura dessa obra, são privilegiados aspectos estéticos relacionados ao corpo da mulher negra, em especial o cabelo crespo, e a constituição desse corpo como sujeito em uma sociedade na qual é constantemente estereotipado e subalternizado.