O leitor literário na periferia: percepções de leitores e leitoras do Grajaú sobre seu percurso formativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Clarice Adalgiza Cruz dos [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/70811
Resumo: Esta pesquisa tem como tema a formação de leitoras/leitores e as propriedades determinantes nesse processo, compreendidos como de ordem sociocultural e histórica. Tem como objetivo geral compreender como se dá a formação de leitoras/leitores literários/as para aqueles/as que habitam territórios periféricos, onde há maiores obstáculos para acessar práticas de leitura valorizadas, incluindo a literatura (BATISTA; RIBEIRO, 2004; BATISTA; VÓVIO; KASMIRSKI, 2015; RIBERO; VÓVIO, 2017; FAILLA, 2021), bem como oportunidades de usufruto de produções culturais escritas que se encontram desigualmente distribuídas (BATISTA; RIBEIRO, 2004). Através de suas percepções sobre esse processo, compreender se e como esses participantes se identificam em relação às práticas de leitura literária (VÓVIO; SOUZA, 2005). O quadro teórico mobilizado se apoia nos Estudos do Letramento (STREET, 2004; 2010; 2014; KLEIMAN, 1995; 2016; HAMILTON, 2000), em específico na abordagem sociocultural e histórica. Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo, baseada em entrevistas semiestruturadas nas quais os sujeitos narram suas experiências como leitoras/leitores. Os participantes foram selecionados por conveniência e são moradores do distrito do Grajaú, Zona Sul do município de São Paulo, periferia da região metropolitana. A relevância dessa pesquisa consiste em problematizar tendências macrossociais que apontam para interdição e obstáculos na formação de leitores literários e compreender, numa perspectiva microssocial, quais propriedades determinantes concorreram em seus processos formativos. A partir dos resultados, contribuímos para o desenho de políticas públicas e programas voltados à educação, à formação de professores e ao acesso à cultura escrita. Por meio da análise das percepções dos participantes, constatamos a construção de significações a partir das experiências concretas dos participantes nos grupos humanos e percebemos as relações estabelecidas com a leitura e a literatura, assim como a expressão de suas subjetividades periféricas (D’ANDREA, 2020; 2022) em diferentes percursos de letramentos, nos evidenciou-se a importancia das relações familiares e de pessoas com escolaridade longeva.