Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Brunelli, Erika dos Santos [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/62516
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Resumo: |
Introdução: A leishmaniose é uma doença tropical negligenciada e os medicamentos disponíveis possuem uma série de efeitos colaterais locais e sistêmicos, por isso, a etnofarmacologia representa uma importante estratégia para a obtenção de moléculas alternativas com atividade leishmanicida. Objetivos: O presente trabalho buscou realizar um estudo etnofarmacológico sobre plantas utilizadas pelos moradores do Quilombo do Cambury, em Ubatuba, para tratar a leishmaniose, além de investigar seus potenciais leishmanicidas, e caracterizar quimicamente os extratos bioativos. Materiais e Métodos: Para isso, foram utilizados métodos etnofarmacológicos para coletar informações acerca de plantas usadas para tratar sinais clínicos relacionados à leishmaniose na comunidade, como: entrevistas não-estruturadas, observação participante e anotações em diário de campo. Além disso, as 10 plantas indicadas foram coletadas, identificadas taxonomicamente e reduzidas a extratos hexânicos e alcoólicos. Posteriormente, foi feita a avaliação de algumas dessas plantas em estudos in vitro, utilizando formas promastigotas da espécie Leishmania (L.) amazonensis, a fim de caracterizar o potencial biológico das mesmas. Resultados: Os dados etnofarmacológicos foram coletados entre novembro de 2019 e janeiro de 2020, a partir da indicação do ancião da comunidade, o qual nomeou cinco pessoas que tiveram a doença. Esses entrevistados indicaram outras pessoas e assim sucessivamente, ao passo que 25 pessoas foram entrevistadas, dessas, 19 tiveram leishmaniose, sendo que seis usaram plantas para auxiliar no combate à doença. Das 10 plantas indicadas, quatro delas já haviam sido testadas contra leishmaniose em projeto anterior, orientado pelos professores Luiz Felipe Passero e Eliana Rodrigues: Plantago australis Lam., Urera nitida (Vell.) P.Brack, Piper mollicomum Kunth e Swartzia oblata R.S.Cowan. Dessas, apenas S. oblata (barbatimão) apresentou atividade contra Leishmania (L.) amazonensis com concentração efetiva 50% (CE50) de 91,40 g/mL comparado à 12,47 g/mL do controle, miltefosina. Além disso, o Índice de Seletividade (IS) foi de 1,2, ou seja, o composto é pouco seletivo aos parasitos e pouco eficiente para as condições testadas, como solvente e espécie do parasito. As demais plantas não tiveram sua atividade avaliada até então, porém, para as espécies Bidens pilosa L., Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand e Dysphania ambrosioides (L.) Mosyakin & Clemants existem trabalhos de avaliação leishmanicida publicados na literatura. Conclusões: De quatro plantas testadas, apenas S. oblata foi ativa contra L. amazonensis, entretanto, com baixa seletividade. Além dos resultados práticos, os dados levantados com a revisão bibliográfica publicada fornecem novas possibilidades de futuros potenciais bioativos na área de doenças negligenciadas, a partir de plantas indicadas por comunidades tradicionais, a fim de colaborar com tratamentos menos prejudiciais e de maior eficácia aos pacientes com leishmaniose. |