Levantamento etnobotânico participativo entre os moradores do Quilombo Cambury, Ubatuba, SP, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sauini, Thamara [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/52066
Resumo: Os estudos de etnobotânica que se utilizam de uma abordagem participativa têm como proposta o envolvimento ativo dos moradores locais nas suas diversas etapas, de modo a promover, entre outros aspectos, o fortalecimento da cultura local e seu empoderamento na tomada de decisões sobre o uso dos recursos disponíveis no seu ambiente, visando o desenvolvimento local. O objetivo desta dissertação foi realizar um levantamento etnobotânico, com a participação ativa de parte dos moradores do Quilombo do Cambury, Ubatuba, SP, denominados “colaboradores locais”, para registrar o conhecimento tradicional a respeito das plantas do ambiente em que vivem. Para isso, foram oferecidos cursos de capacitação aos colaboradores, sobre coleta de plantas e de dados etnobotânicos. Estes, juntamente a equipe técnica, utilizaram esses métodos para selecionar e entrevistar os membros da comunidade especialistas sobre os vários usos das plantas, como construção, medicamentos, alimentos, combustíveis, entre outros. Os dados foram levantados e anotados em fichas especialmente elaboradas para este projeto, e cada planta foi coletada e depositada nos herbários: Herbário Municipal-SP (PMSP) e do Instituto Florestal (SPSF). Ainda, foram feitas a observação participante e o registro no diário de campo pela pesquisadora responsável. Durante 80 dias de trabalho de campo, 11 especialistas foram entrevistados pelos colaboradores locais, e 199 espécies de plantas foram indicadas. Elas foram divididas em 12 categorias etnobotânicas: medicinais (83), comidas\temperos (71), construção civil (44), construção naval (41), artesanatos (30), entre outras, sendo que algumas estão presentes em mais de uma categoria. Além disso, para que o conhecimento fosse registrado e ficasse disponível para as futuras gerações, tais dados foram utilizados para a produção de um documentário (denominado: “Herança Quilombola”) e de um livreto que abordam sua cultura, com histórias, fotos e pensamentos sobre questões locais, como a conservação. O desenvolvimento deste estudo contribuiu para o avanço da pesquisa etnobotânica, promovendo a participação dos próprios moradores no registro de seus conhecimentos, e para o registro de novos potenciais bioativos, seja para a área de saúde, cosmética e de novas tecnologias.