Avaliação de nanopartículas de ácido polilático-co-glicólico (PLGA) carreadas com polimixina B na retenção de atividade antimicrobiana e redução de danos às células renais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Teixeira , Alison de Jesus [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71751
Resumo: A resistência antimicrobiana, que consiste na capacidade que os microrganismos possuem de se tornar resistentes aos antibióticos disponíveis na clínica, tem sido pauta recorrente das autoridades mundiais em saúde pela gravidade que apresenta ao tratamento de infecções por bactérias multirresistentes. Considerando que o desenvolvimento de novas entidades farmacêuticas é caro e demorado, o uso de antigos antibióticos, como as polimixinas, foi resgatado como último recurso frente à ineficácia dos antimicrobianos convencionais. A polimixina B (poliB) é um lipopeptídeo poli-catiônico utilizado como tratamento de última linha contra bactérias Gram negativas resistentes a antibióticos. Entretanto, a aplicação da poliB é limitada pela expressiva nefrotoxicidade às células renais. Nesse sentido, a nanotecnologia oferece ferramentas para contornar problemas de toxicidade, entre elas as nanopartículas poliméricas como as de poli (ácido lático-co-glicólico), um polímero biodegradável que permite a liberação controlada de fármacos, aumentando sua seletividade e tornando-o menos tóxico para os tecidos adjacentes. O objetivo deste trabalho foi avaliar por meio de ensaios antimicrobianos e de citotoxicidade in vitro e in vivo, a atividade antimicrobiana e a citotoxicidade renal da poliB encapsulada em nanopartículas de PLGA. As nanopartículas de PLGA foram sintetizadas através de nanoprecipitação e caracterizadas pelo diâmetro hidrodinâmico e por microscopia eletrônica de varredura. A poliB foi encapsulada a partir de sonda fluorescente Dansyl e quantificada pelos cálculos de eficiência de encapsulação e de cinética de liberação. Os ensaios antimicrobianos foram realizados em E. coli e P. aeruginosa a partir da determinação da concentração mínima inibitória fazendo-se testes de inibição e de crescimento de colônias. Em seguida, a citotoxicidade in vitro foi avaliada em células renais LLC-PK e CMHI a partir do teste de MTT a fim de determinar a viabilidade celular. Os estudos in vivo foram realizados no modelo alternativo experimental Galleria mellonella, avaliando-se a toxicidade do nanosistema e ação antimicrobiana em infecções por E. coli. Os resultados mostraram que as nanopartículas de PoliB-PLGA apresentaram um diâmetro médio de 92 ± 25 nm, índice de polidispersão de 0,264 e potencial zeta de -0,15 ± 0,04 mV. As nanopartículas apresentaram ação bactericida em E. coli e P. aeruginosa, na concentração de 11,8 μg/mL. As células renais tratadas com PoliB-PLGAs tiveram manutenção de sobrevida acima de 90%, indicando ausência de citotoxicidade. Os testes in vivo com G. melonella indicaram que além de não apresentar toxicidade, o nanosistema promoveu a recuperação das larvas infectadas por E. coli. Portanto, conclui-se que foi possível sintetizar as PoliB-PLGAs e que o nanosistema mantém a ação farmacológica da poliB, além de reduzir sua toxicidade para células renais.