Estudo da prevalência de bactérias gram-negativas com resistência a antimicrobianos e de Escherichia coli portadora de genes de virulência na microbiota intestinal de indivíduos sadios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Patekoski, Katya da Silva [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3020882
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48881
Resumo: Objetivos: Esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de avaliar a prevalência de bactérias Gram-negativas resistentes aos antimicrobianos ?-lactâmicos e às quinolonas nas fezes de indivíduos sadios, de diversas faixas etárias e de ambos os sexos. Material e Métodos: Amostras de fezes foram coletadas de 137 indivíduos (0-90 anos; 67 do sexo masculino, 70 do sexo feminino) residentes na cidade de São Paulo ? SP. O isolamento bacteriano foi realizado em Ágar MacConkey acrescido de ácido nalidíxico (50?g/mL); CHROMagarTM ESBL; CHROMagarTM KPC; Ágar MacConkey suplementado com imipenem (1?g/mL) e Ágar MacConkey adicionado de discos contendo carbapenens (imipenem, meropenem e ertapenem - 10?g). A identificação das colônias e a avaliação do perfil de sensibilidade foram realizadas utilizando-se o sistema BD Phoenix 5.1TM, sendo o perfil de sensibilidade para a ciprofloxacina e para os carbapenens confirmado por microdiluição em caldo. Os isolados positivos para produção de ESBL (?eta-lactamase de espectro estendido) pelo Phoenix e os isolados resistentes aos carbapenens foram submetidos, à pesquisa molecular dos genes que codificam ESBL e carbapenemases (blaTEM, blaSHV e blaCTX-M, blaKPC, blaGES, blaOXA-48, blaIMP, blaVIM, blaSPM, blaGIM, blaNDM). Para os isolados ?possíveis produtores de ESBL? pelo Phoenix, pesquisou-se a presença de blaTEM, blaSHV e blaCTX-M. Os isolados de Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae resistentes à cefoxitina foram investigados quanto à presença de CMY-2. Todos os isolados de E. coli foram submetidos à pesquisa de 30 genes codificadores de fatores de virulência, frequentemente pesquisados em E. coli patogênica extraintestinal (ExPEC), e à classificação filogenética. Resultados: Foram encontradas 241 bactérias (considerando-se em quase todos os casos, um isolado de cada espécie bacteriana por amostra de fezes), com prevalência de E. coli e Pseudomonas aeruginosa. Trinta e uma bactérias foram resistentes à ciprofloxacina pela microdiluição em caldo. Destas, 28 eram E. coli, isoladas de 28 (20,4%) amostras de fezes. As bactérias resistentes à ciprofloxacina foram isoladas em alta frequência nas 3 faixas etárias estudadas. Dezesseis enterobactérias (obtidas a partir de 15 amostras de fezes - 10,9%) possuíam genes que codificam ESBL. Estes isolados foram distribuídos semelhantemente nas 3 faixas etárias e em ambos os sexos. Enzimas CTXM foram prevalentes. Vinte bactérias foram resistentes aos carbapenens, mas nenhuma possuía os genes que codificam carbapenemases. Três isolados de E. coli possuíam o gene blaCMY-2. Alta ocorrência de marcadores de virulência, frequentemente associados com ExPEC, foi verificada nos isolados de E. coli, onde 43,3% (26) dos isolados possuíam 10 ou mais genes. O grupo A foi o prevalente (18 isolados - 30%), porém, os grupos B2 e D (associados a ExPEC), ocorreram em alta frequência (21,7 e 15% dos isolados, respectivamente). Isolados de E. coli resistentes à ciprofloxacina e isolados desta espécie associados com a produção de ESBL tiveram menor número médio de fatores de virulência, comparando-se com os isolados que não apresentaram estes tipos de resistência. Conclusões: O intestino de indivíduos sadios é um reservatório de bactérias Gram-negativas resistentes a antimicrobianos de importância clínica, bem como de isolados de E. coli com pleno potencial de virulência para infecções extraintestinais.