A participação dos alelos HLA na manifestação da hanseníase dimorfa em amostra de população do Estado de São Paulo
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=929246 https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48148 |
Resumo: | Introdução: A hanseníase é uma doença infecciosa de evolução crônica, causada pelo Mycobacterium leprae. Trata-se de uma doença cujo patógeno é intracelular obrigatório, com predileção pela pele e sistema nervoso periférico (células de Schwann), o que torna a resposta imune celular do hospedeiro o principal mecanismo de resistência ao agente agressor. A doença pode se manifestar através de diferentes formas clínicas. O complexo HLA parece influenciar na resposta imune do hospedeiro ao bacilo. O consenso na literatura é a associação do HLA-DRB1*02/DRB1*03 com a hanseníase tuberculóide (TT) e HLA-DQB1*01 com a hanseníase virchowiana (LL), entretanto, não existe estudo que demonstre a associação do complexo HLA com a hanseníase dimorfa (B). Objetivo: O objetivo do presente estudo foi verificar a possível associação dos alelos HLA de classe I e II nas formas clínicas B (BB, BT e BL) e a participação desses alelos quanto à manifestação das reações hansênicas. Identificar a frequência dos haplótipos HLA envolvidos na forma B na amostra de população do estado de São Paulo. Métodos: As amostras de DNA de 202 pacientes com diagnóstico de hanseníase B, distribuídos entre as formas BB, BT e BL e 478 indivíduos controles foram obtidas pela técnica de Salting-out. Os alelos HLA de classe I (loci A*, B*, C*), e de classe II (loci DRB1* e DQB1*) foram determinados em baixa resolução através da técnica de PCR-SSO empregando-se o kit Labtype-SSO (One Lambda, CA, USA). Os dados clínicos e evolutivos foram obtidos através de revisão de prontuários. Resultados: Através da análise caso-controle os resultados obtidos mostraram associação significante entre a hanseníase B e os alelos HLA-C*05 (5,94% vs 14,02%, p= 0,002, OR=0,38, IC 95%= 0,20 – 0,73, pc= 0,032) e HLA-DRB1*07 (16,34% vs 26,77%, p= 0,003, OR= 0,53, IC 95%= 0,3 – 0,8, pc= 0,039). Os pacientes BL apresentaram associação protetora com o alelo HLA-DQB1*02 (18,18% vs 39,53%, p= 0,005, OR=0,34, IC95%= 0,15-0,75, pc= 0,025). Nos pacientes reacionais, associação significante dos alelos HLA-B*15 (25,96% vs 12,76%, p= 0,021, OR=2,40, IC95%= 1,13-5,06, pc= 0,672) e HLA-DQB1*04 (13,46% vs 5,32%, p= 0,057, OR=2,77, IC95%= 0,96- 8,01, pc=0,285), foram observadas na predisposição a manifestação das reações. Os pacientes B com a reação de Mitsuda ≥ 5,0mm apresentaram associação positiva com o alelo HLA-A*33 (14,28% vs 1,02%, p= 0,001, OR= 16,17, IC95%= 1,96-133,0, pc= 0,02). A análise dos haplótipos HLA evidenciou A*02-B*07-C*07-DRB1*15-DQB1*06 (2,97% vs 1,04%, p= 0,015) e A*02-B*40-C*03-DRB1*13-DQB1*06 (1,73% vs 0,10%, p= 0,0011), associados a suscetibilidade na hanseníase B. A presença do haplótipo HLA-DRB1*02 ou HLA-DRB1*03/HLA-DQB1*01 simultâneamente foi observada nos pacientes B (33,0% vs 22,05%, p= 0,005) sugerindo o envolvimento desses haplótipos na manifestação clínica dessa forma da doença. Conclusão: Os resultados encontrados sustentam a hipótese de que os alelos HLA desempenham papel na patogênese da hanseníase B com efeito protetor na manifestação da forma clínica B, na predisposição das reações hansênicas e os haplótipos HLA influenciam na suscetibilidade a forma clínica B. |