Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Neaime, Sarah Abati Curi [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/70535
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Resumo: |
Introdução: A doença de Behçet (DB) é uma vasculite sistêmica de vasos variáveis que se caracteriza por úlceras orais e genitais recorrentes, lesões cutâneas tais como o eritema nodoso. Pode levar ainda ao acometimento ocular, vascular e do sistema nervoso central. Não apresenta diferença de prevalência entre os sexos, no entanto, os homens tendem a ter manifestações mais graves. O envolvimento vascular acomete até 40% dos pacientes, no entanto, até hoje não temos um teste confiável para predizer risco de trombose. O diagnóstico também é um desafio na prática clínica, principalmente em países de baixa prevalência. O teste da patergia apresenta baixa sensibilidade e até hoje não temos um biomarcador disponível. A espessura da veia femoral (VF) foi avaliada em 2 estudos na Turquia que demonstraram espessamento em pacientes com DB, podendo ser um marcador diagnóstico com uma boa sensibilidade e especificidade. Objetivo: Reproduzir os exames realizados na Turquia na população do Brasil tanto de controles como de pacientes para avaliar a espessura da VF como instrumento de avaliação para investigação de paciente com suspeita de DB. Pacientes e métodos: Um estudo transversal foi realizado com pacientes com DB e controles saudáveis em que foram medidas as espessuras das VF bilateral e o diâmetro das veias safena parva e safena magna. Além disso, foram avaliados evidência de trombose ou refluxo nas veias analisadas. Os dados demográficos foram coletados de ambos os grupos e nos pacientes foram avaliados ainda quais sintomas eles apresentaram no início e no momento do estudo, terapia realizada, teste da patergia e HLA*B51. Resultados: O estudo não observou diferença estatisticamente significante de idade (43,9 ± 12,9 anos vs. 46,4 ± 12,6 anos; p = 0,166) e frequência de sexo feminino (64% vs. 69%; p = 0,454) entre pacientes com DB e controles. A espessura da VF direita (0,6 mm (0,500-0,700) vs. 0,525mm (0,450-0,637); p = 0,012) e VF esquerda (0,550mm (0,450-0,650) vs. 0,500mm (0,450-0,550); p = 0,004) apresentou diferença entre os grupos, no entanto, o diâmetro das veias safenas magna (VSM) e parva (VSP) de ambos os lados, não demonstrou diferença (VSM direita 4,000mm (3,275-5,025) vs. 4,100mm (3,400-5,450); p = 0,591), (VSM esquerda 3,750mm (3,150-4,650) vs. 4,050mm (3,400-5,000); p = 0,266), (VSP direita 2,750mm (2,150- 3,437) vs. 2,575mm (2,212-3,075); p = 0,306), (VSP esquerda 2,600mm (2,275- 3,550) vs. 2,656mm (2,112- 3,537); p = 0,259), entre pacientes com DB e controles, respectivamente. Não foi vista correlação entre a espessura da VF direita e VF esquerda e exames coletados, índices de atividade de doença, terapia usada, apenas em relação a número de eventos vasculares prévios. Para o ponto de corte da VF direita e VF esquerda pelo índice de Youden (0,575mm) na curva Receiver Operating Characteristic (ROC), [área sob a curva (AUC): 0,692; intervalo de confiança de 95% (IC 95%): 0,524- 0,680 para VF direita e AUC: 0,615; IC 95% 0,537-0,693 para VF esquerda). Encontramos ainda para o lado direito e lado esquerdo, respectivamente, sensibilidade (52% vs. 43%), especificidade (64% vs. 77%), valor preditivo positivo (VPP) (59% vs. 65,1%), valor preditivo negativo (VPN) (57,1% vs. 57,4%). Conclusões: A espessura da VFD e VFE apresentou nesse estudo, uma baixa sensibilidade, especificidade, VPP e VPN. Não foram encontradas correlação entre os exames laboratoriais avaliados, índice de atividade de doença, terapia em uso e a espessura da veia. Foi encontrado correlação apenas com o número de eventos vasculares prévios, sendo que aqueles pacientes que já tinham apresentado outros eventos, principalmente trombose venosa profunda, tinham a veia mais espessada em relação a pacientes sem acometimento vascular prévio e controles. Outros estudos devem ser realizados para melhor avaliação do ultrassom como possível método diagnóstico na DB. |