Relação entre as medidas radiográficas e da ressonância magnética na avaliação do bunionette

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Garcia, Guilherme Thomé [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/70867
Resumo: Introdução: O bunionette é uma deformidade caracterizada pela proeminência óssea na face lateral do antepé, na altura da cabeça do quinto metatarso, que pode ou não ser sintomática. A avaliação por imagem consiste na realização de radiografia com carga do pé (RC), e diversos ângulos foram descritos para caracterização das deformidades. No entanto, não existem relatos sobre a aplicabilidade dessas medidas nos exames de ressonância magnética do antepé (RM). As hipóteses são que as medidas obtidas por RC e RM se relacionam e são reprodutíveis. Objetivos: Avaliar a reprodutibilidade interobservador das medidas dos ângulos metatarsofalângico do 5° dedo (AMF), intermetatársico do 4° e 5° dedos (AIM) e ângulo de desvio lateral (ADL), obtidas em RC e RM; determinar a acurácia das medidas obtidas através da RM na caracterização de exames normais e alterados, usando a RC como método de referência (padrão-ouro). Métodos: Foram selecionados retrospectivamente 50 conjuntos de exames (RC e sua respectiva RM) de 33 pacientes. Os exames foram realizadas conforme a rotina e protocolo institucionais. Dois avaliadores com 2 anos de experiência em radiologia musculoesquelética obtiveram as medidas dos ângulos AMF, AIM e ADL nas RC e RM. As leituras foram realizadas nas incidências dorsoplantar das RC e sequências axiais T1 puro das RMs. Os exames foram divididos em dois grupos (normais e alterados/bunionette) conforme a RC (padrão-ouro). O coeficiente de correlação e concordância de Lin foi usado para avaliação da reprodutibilidade interobservador e para análise da correlação entre os métodos de imagem. Modelos de regressão linear foram usados para estimar a diferença média das medidas obtidas entre os métodos. Curvas da característica operacional do receptor foram geradas para definição dos melhores pontos de corte na diferenciação entre os grupos pela RM e cálculo da acurácia das medidas obtidas na RM. Resultados: A concordância interobservador para o ângulo AMF foi substancial nas RCs e na RMs (CCC = 0,98 e 0,99, respectivamente), moderada nas RCs e RMs para o ângulo AIM (CCC = 0,96 e 0,90, respectivamente) e pobre para ADL (CCC = 0,83 e 0,69, respectivamente). Não se observou forte correlação entre as medidas obtidas nas RMs com as RCs nos três ângulos avaliados. Na regressão linear observou-se diferença média entre as RCs e RMs de 4,3° para o ângulo AMF (IC 95% 2,10 - 6,60; p<0,001), 0,6° para AIM (IC 95% 0,04 - 1,10; p<0,036) e -1,53° para ADL (IC 95% -2,7; -0,38; p<0,010). As curvas ROC produziram valores de corte de 15,4° para o ângulo MFA (AUC = 94,9%; IC 95% 88,9-100%; p<0,001), 8,9° para IMA (AUC = 86.5%; IC 95% 75,3-97,9%; p<0,001) e 1,25° para ADL (AUC = 43,1%; IC 95% 6,2%-80,0%; p=0,698). Quando comparados com os exames de RC, os pontos de corte definidos nas RMs para AMF e AIM resultaram em valores de acurácia de 89,8% e 80%, respectivamente. Conclusão: As medidas AMF e AIM são aplicáveis nos exames de RM do antepé usando as mesmas técnicas descritas para as RCs do pé. Os dois ângulos mostraram-se reprodutíveis e observou-se acurácia satisfatória dos pontos de corte definidos para diferenciar exames normais e alterados. Tais medidas podem ser consideradas ferramentas adicionais na rotina do radiologista para investigação do bunionette nos exames de RM do antepé.