Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Cunha, Maximina de Barros [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/71186
|
Resumo: |
INTRODUÇÃO: O Brasil vivenciou diferentes ondas e contextos epidemiológicos da COVID-19 apresentando altas taxas de mortalidade, variando de 24,5% a 97,2%, nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), entretanto os dados sobre a relação da sobrevida e óbito em pacientes graves infectados com a doença do coronavírus-19 (COVID-19) ainda são incipientes. OBJETIVO: Avaliar os fatores associados ao desfecho óbito em pacientes graves com COVID-19. MÉTODO: Coorte retrospectiva de pacientes internados em UTI e infectados com SARS-CoV-2, seguidos durante 30 dias de março de 2020 a abril de 2021 em um hospital de referência. Foram incluídos no estudo pacientes admitidos na UTI; idade ≥ 18 anos; exame nasofaríngeo de RT-PCR para SARS-CoV-2 positivo. Foram excluídos os pacientes em cuidados paliativos, reinternações e com perda de seguimento. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da UNIFESP. Os dados foram gerenciados na plataforma eletrônica REDCap. Realizada análise descritiva em relação ao desfecho das variáveis categóricas, o teste qui-quadrado para verificar as associações entre as variáveis e modelo de regressão logística múltipla backward Stepwise tendo como variáveis preditoras as características sociodemográficas e clínicas, considerando como diferenças significantes quando os testes apresentaram p-valor <0,05. RESULTADOS: A amostra total foi 716 pacientes, 507 óbitos (70,8%) e 209 (29,1%) sobreviventes. No grupo óbito 64,1% eram do sexo masculino e 52,0% tinham entre 61 e 80 anos e odds ratio (OR) =3.19. Na frequência dos tratamentos específicos predominaram-se o uso de corticóides (50%), anticoagulantes (95,9%), o uso de Ceftriaxona (61,1%), no grupo dos sobreviventes e a Vancomicina (79,0%) e outros antibióticos (68,8%), no grupo óbito. Os marcadores de função renal como a creatinina (80,9%) e ureia (65,7%) estiveram alterados, logo, na admissão, contudo, a hemoglobina (58,2%), os leucócitos (52,4%), as plaquetas (37,6%) e o d-dímero (97,1%), apresentaram relevância a partir das 48 horas, no grupo óbito, corroborando com a condição clínica de gravidade do paciente. Na análise multivariada identificaram-se as seguintes variáveis como fator de risco dependente do desfecho óbito: a faixa etária de 61-80 anos, os > 80 anos, a ventilação mecânica invasiva, diálise, corticoides, vancomicina, plaquetas 24 hs e outros antibióticos. Apesar da interação do uso da vancomicina (OR=2,15; IC=1,26-3,65; p<0,005) com a ventilação mecânica invasiva (OR=12,36; IC=6,82-23,20; p<0,001), a curva ROC do modelo ajustado (AUC=0.904) apresentou bom desempenho de predição do modelo proposto. CONCLUSÃO: Nessa casuística os fatores associados para predizer mortalidade dos pacientes graves com COVID-19 foram: idade avançada, o uso de antibióticos específicos, uso corticoides, marcadores inflamatórios e de coagulação sanguínea e os submetidos a terapia de suporte como dialise e ventilação mecânica. |