Acurácia do exame físico no diagnóstico de lesões ligamentares após entorse agudo do tornozelo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Maringolo, Leonardo Fernandez [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71185
Resumo: Introdução: O entorse do tornozelo está entre as queixas mais comuns na prática clínica do ortopedista e o exame físico consiste no principal método para avaliação e diagnóstico das lesões decorrentes deste trauma. O objetivo do estudo é avaliar a acurácia dos testes clínicos para o diagnóstico de lesão ligamentar do tornozelo. Métodos: 93 pacientes com história de entorse do tornozelo foram avaliados e incluídos de forma prospectiva no estudo. Todos os pacientes foram submetidos a exame físico minucioso do pé e tornozelo em até 48 horas após o evento traumático e encaminhados para ressonância nuclear magnética (RNM) do tornozelo acometido. Após 7 dias os pacientes foram reavaliados pelo mesmo médico. As RNM foram avaliadas por um radiologista e considerada o padrão-ouro para o diagnóstico das lesões. Foram calculados a sensibilidade, a especificidade, a acurácia e os valores preditivos. Resultados: 98,4% dos pacientes apresentaram alguma lesão ligamentar. Para avaliação do complexo ligamentar lateral, somente o teste do stress em varo teve valor significativo no exame inicial (p = 0,033). No exame tardio, tanto o teste da gaveta anterior, quanto o teste do stress em varo tiveram boa acurácia (p < 0,05). No exame do complexo ligamentar medial, o exame físico inicial teve melhor sensibilidade e o exame tardio teve melhor especificidade. Todos pacientes com lesão da porção superficial do ligamento deltóide (LDEL) também tinham lesão da porção profunda. A palpação da topopgrafia do LDEL foi o exame com maior acurácia (p < 0,05). Na avaliação da sindesmose, o exame físico inicial e tardio apresentaram valores altos de especificidade e baixa sensibilidade (p < 0,05). Quando avaliado nas primeiras 48 horas, o exame físico da subtalar teve sensibilidade de 100% (p = 0,08). Já o exame tardio não apresentou significância estatística (p > 0,05). Dor à palpação da interlinha articular apresentou correlação significativa com edema ósseo no exame tardio (p = 0,049), apresentando alta especificidade. Conclusão: Esse estudo demonstrou alta incidência de lesão ligamentar após entorse do tornozelo. O exame físico apresentou boa acurácia diagnóstica no exame inicial e tardio dos complexos ligamentares do tornozelo em pacientes com história de entorse. O exame físico nas primeiras 48 horas teve maior sensibilidade, enquanto o exame realizado 1 semana após o evento traumático apresentou maior especificidade.