Sexto Empírico e o Problema do Mundo Exterior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Moura, Fernando Sousa [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67511
Resumo: O problema do mundo exterior é conhecido como um desafio cético ao conhecimento empírico. A origem do problema foi atribuída à Descartes em sua Primeira Meditação por Myles Burnyeat. Os epistemólogos e historiadores contemporâneos, em grande medida, anuíram ao veredito de Burnyeat (1982). No entanto, o filósofo brasileiro Oswaldo Porchat propôs que o problema do mundo exterior teve sua origem na filosofia cética antiga, particularmente na obra de Sexto Empírico. Além disso, Porchat (1986), assim como Stroud (1984), argumentou que para entender no que consiste o problema do mundo exterior é preciso primeiro analisar suas fontes. Assim, buscamos, em nossa metodologia, primeiro analisar os fundamentos de nosso problema para, em seguida, investigar as fontes antigas em sua busca. Portanto, foi encontrado no debate de Sexto Empírico, sobre o critério de verdade, com estoicos, acadêmicos e cirenaicos estes mesmos fundamentos do problema do mundo exterior. Por fim, utilizamos também a discussão de Sexto Empírico sobre a física antiga e sua proposta de suspensão do juízo sobre a existência dos corpos físicos para avaliar, de uma perspectiva extra epistemológica, a relação entre o problema do mundo exterior e suas fontes. O problema do mundo exterior nos pareceu não se limitar à sua versão cartesiana, que propõe a dúvida sobre a real existência do mundo. Apoiando-se em tudo que há no debate antigo sobre o conhecimento empírico do mundo exterior, o ceticismo cartesiano figuraria mais como a espécie de um gênero.