Construção, abandono e ocupação: A história de imóveis ocupados por movimentos de moradia no Centro de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Monteiro, Vitor Mendes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71307
Resumo: Os edifícios ocupados por movimentos de moradia se tornaram marca indelével da paisagem paulistana, sobretudo no Centro do município, a partir da década de 1990. Questionando qual a história desses edifícios é que surgiu a dissertação “Construção, abandono e ocupação: A história de imóveis ocupados por movimentos de moradia no Centro de São Paulo”. A pesquisa mescla uso de Sistemas de Informações Geográficas, de fontes primárias das ocumentações na municipalidade de tramitação das construções, de registros de hemerotecas sobre o uso dos edifícios e da análise do estudo de caso à luz da bibliografia existente sobre assuntos correlatos. Tomando os momentos de construção, abandono e ocupação como os principais marcadores da história desses imóveis e das dinâmicas sociais e urbanas que os incluem, foram selecionadas cinco ocupações existentes na atualidade na Sé como objetos imediatos de estudo. A pesquisa revelou que os imóveis estudados são exemplares típicos do processo de verticalização de edifícios de escritórios no Centro da capital paulista que chega ao seu ápice no início da segunda metade do século XX. Resultado das grandes reformas urbanas que impuseram novas dinâmicas imobiliárias mesmo no Centro já densamente povoado. O abandono e esvaziamento dos imóveis foram os fenômenos mais difíceis de estudar pela falta de documentações e indícios precisos desses eventos. Ainda assim foi possível traçar paralelos entre trabalhos sobre vacância imobiliária em Centros comerciais, o processo histórico de saída de capitais, e a consequente popularização, do Centro de São Paulo e os edifícios estudados. As ocupações dos cinco prédios estudados ocorreram num curtíssimo período, entre os anos 2012 e 2015, numa nova onda de ações diretas dos movimentos de moradia que respondiam à ampliação dos despejos, da especulação imobiliária e do encarecimento do custo de vida que vieram na esteira dos preparativos dos megaeventos esportivos no Brasil. Portanto, a pesquisa aborda as ações dos movimentos de luta por moradia como parte das insurgências urbanas daquele início dos anos 2010, que tiveram os atos de rua massivos das Jornadas de Junho de 2013 como Centro de disputas políticas e de memória, enquanto a concentração geográfica das ocupações e as ações dos movimentos de moradia foram pouco debatidas nos meios políticos e acadêmicos.