Análise do perfil proteômico tecidual de tumores uroteliais de bexiga não músculo-invasivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Tiago Aparecido [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71211
Resumo: Objetivo: Caracterizar o perfil proteômico tecidual do carcinoma urotelial de bexiga não músculo-invasivo. Métodos: Estudo transversal comparando o perfil proteômico tecidual de tumores de bexiga com tecido vesical adjacente macroscopicamente normal submetidos à ressecção transuretral de bexiga. As amostras teciduais tiveram confirmação histopatológica e foram submetidas a protocolos de extração proteica, purificação e análise proteômica tipo shotgun, com a utilização de cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massa e recursos de bioinformática. As proteínas encontradas tiveram sua expressão comparadas e aquelas que apresentaram fold-change ≥2 ou ≤0,5 foram consideradas diferencialmente expressas. Resultados: Quarenta e cinco pacientes preencheram os critérios de inclusão e tiveram tecido tumoral e adjacente submetidos à análise proteômica. Os dados clínicos e epidemiológicos revelaram que: 34 (75,6%) pacientes eram do sexo masculino; a idade média foi de 66 anos; 75,6% das lesões eram de novo; e o tamanho médio da lesão foi de 2,8 cm. O resultado anatomopatológico revelou 26 (57,8%) lesões pTa baixo grau, 6 (13,3%) lesões de pTa alto grau, 1 (2,2%) lesão PUNLMP e 12 (26,7%) lesões pT1 alto grau. Cento e oitenta e oito proteínas apresentaram-se diferentemente expressas entre tecido tumoral e adjacente. Além disso, 11 proteínas foram encontradas exclusivamente no tecido tumoral (SPINT1, TXNDC12, GTF2F1, COPZ1, RS25, PTK2, LSR, SNRNP40, NCOA5, SEC63, CD2AP). Após construção de rede de interação proteína-proteína, as proteínas AGR2, FLNA, CALD1, TPM1, VCL e TPM3 destacaram-se por apresentar maior número de interações. Além disso, notam-se principalmente dois conjuntos de proteínas enriquecidas formando módulos (clusters): proteínas ribossomais (RPL7, RPL 24, RPL 19, RPL 29, RPL 15, RPL 35) e queratinas (KRT5, KRT7 KRT8, KRT13, KRT 15, KRT17, KRT19, KRT20). O enriquecimento funcional das proteínas evidenciou importância nas funções de aderência focal, proteoglicanos ligados ao câncer, e proteínas ligadas à interação da matriz extracelular, além dos processos biológicos de organização de fibras supramoleculares e organização de actina. As proteínas foram analisadas conforme variáveis clínicas, e CNDP relacionou-se à recorrência tumoral, e a EPS8L ao estadiamento clínico. Conclusão: A comparação proteômica entre o carcinoma urotelial não músculo-invasivo e o tecido adjacente evidenciou 188 proteínas diferentemente expressas e 11 proteínas exclusivas (SPINT1, TXNDC12, GTF2F1, COPZ1, RS25, PTK2, LSR, SNRNP40, NCOA5, SEC63, CD2AP). As proteínas AGR2, FLNA, TPM1, CALD1, foram diferencialmente expressas no tecido tumoral e possuem papel de destaque pelo número elevado de interações proteína-proteína. A expressão da proteína CNDP relacionou-se à recorrência tumoral, e a EPS8L ao estadiamento tumoral. Todas essas proteínas representam potenciais biomarcadores tumorais no câncer de bexiga não músculo-invasivo e merecem estudos de validação futuros.