Caracterização imunofenotípica, do perfil de expressão gênica e funcional de células-tronco mesenquimais derivadas de medula óssea de pacientes com mieloma múltiplo
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5730463 http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50385 |
Resumo: | Introdução: Evidências crescentes sugerem que o microambiente tumoral possui papel chave na manutenção e progressão de vários tipos de câncer, incluindo tumores sólidos e neoplasias malignas hematológicas. No mieloma múltiplo (MM), um câncer de células plasmáticas, a interação entre as células de MM e o ambiente circundante da medula óssea (MO), composto por elementos celulares e não celulares, promove a sobrevivência, o crescimento e a resistência a drogas das células tumorais. Entre os elementos celulares, as células-tronco mesenquimais da MO (do inglês, mesenchymal stem cells, MSC) merecem maior atenção devido ao seu papel emblemático na progressão da doença. Vários estudos tem mostrado diferenças entre as MSC de pacientes com MM (MM-MSC) e suas correspondentes normais (do inglês, normal donors MSC, ND-MSC), compreendendo desde alterações no perfil de expressão gênica e proteica, até alterações genéticas e funcionais. Objetivos: Os objetivos desse estudo foram caracterizar as diferenças nos perfis imunofenotípico, de expressão gênica e funcional entre as MM-MSC e as ND-MSC, com intuito de agregar novas informações à patogênese da doença e identificar potenciais alvos terapêuticos. Casuística e Métodos: Foram incluídos no estudo 19 casos de MM recém-diagnosticados, sem tratamento prévio, e sete doadores saudáveis de MO para transplante alogênico (não pareados por idade ou gênero). Os aspirados de MO foram coletados e processados para isolar as MSC, por separação magnética manual (CD105+). As MSC de ambos os grupos foram expandidas in vitro até atingir a quantidade de células necessária para os demais experimentos. As MSC foram caracterizadas por citometria de fluxo e por avaliação do potencial de diferenciação em osteoblastos. A análise do perfil de expressão gênica foi realizada por microarray, utilizando a plataforma GeneChip Human Exon 1.0 ST Array (Affymetrix). Após o pré-processamento dos dados brutos de microarray e identificação de genes diferencialmente expressos (GDE), foram realizadas análises de rede de co-expressão gênica e de enriquecimento funcional, utilizando ferramentas de bioinformática, a fim de identificar funções e vias biológicas enriquecidas. Por fim, com intuito de validar funcionalmente os achados das análises de bioinformática dos GDE, foi realizada a avaliação do ciclo celular, por citometria de fluxo, e a quantificação do comprimento telomérico dessas células por PCR em tempo real. Resultados: Não foram observadas diferenças imunofenotípicas, nem na capacidade de diferenciação em osteoblastos entre as células tumorais e normais. A análise de expressão gênica, por sua vez, mostrou 485 GDE nas MM-MSC, sendo 280 com expressão aumentada e 205 com expressão diminuída. As análises de bioinformática revelaram que as principais funções e vias biológicas enriquecidas, entre os genes com expressão diminuída, estavam relacionadas à progressão do ciclo celular e à ativação da resposta imune. Entretanto, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre as distribuições dessas células nas diferentes fases do ciclo celular, nem no tamanho do comprimento telomérico das mesmas. Conclusão: Nossos resultados sugerem que as MM-MSC possuem perfil de expressão gênica distinto das ND-MSC, confirmando estudos anteriores. Dentre as funções desreguladas nas MM-MSC em decorrência da doença, destacam-se as alterações encontradas em genes responsáveis pela progressão do ciclo celular e pela ativação do sistema imune, os quais sugerem, respectivamente, que as MM-MSC são permanentemente dependentes das células de MM e que elas colaboram para a evasão do sistema imune por parte das células tumorais. Novas abordagens visando o último aspecto podem ser interessantes no tratamento do MM. |