Avaliação do comportamento social, secreção de corticosterona e envolvimento da ocitocina em um modelo animal de transtorno de estresse pós-traumático

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ortega, Paula Agostina Zoe Sumaran [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9759998
https://hdl.handle.net/11600/64446
Resumo: Introdução: O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é uma condição que afeta de 2 a 30% das vítimas de eventos traumáticos. Modelos animais de TEPT baseados no condicionamento de medo ao contexto (CMC) induzem alterações comportamentais persistentes que se assemelham a algumas observadas na clínica. A ocitocina (OT) é um neuropeptídio envolvido na modulação do comportamento social e reatividade neuroendócrina ao estresse, os quais encontram-se alterados no TEPT. Objetivo: Caracterizar o comportamento social, a variabilidade interindividual deste comportamento, a reatividade de corticosterona (CORT) e o envolvimento do sistema ocitocinérgico nas alterações induzidas por um protocolo de CMC. Metodologia: No experimento I, ratos Wistar machos foram submetidos a um protocolo de CMC (dia 0), que consistiu na exposição a um contexto neutro durante 2 min, após o qual os animais receberam um choque nas patas de 2 mA por 1 segundo (grupo Estresse, EST, n = 63) ou foram retirados do ambiente sem aplicação de choque (grupo Não-Choque, NS, n = 11). Quinze dias depois, os animais foram reexpostos ao contexto para avaliação do tempo de congelamento, que foi utilizado como parâmetro para subdividir o grupo EST em três subgrupos: high responder (HR), intermediário e low responder (LR). No dia 22, os grupos EST e NS, além de um grupo adicional de animais não-manipulados e testados (NM-T, n = 10), foram submetidos ao teste de preferência social, realizado em um aparelho dividido em três câmaras, em que foi apresentado um rato-alvo (estímulo social) e um objeto (estímulo não-social), cada um em um compartimento lateral. O tempo e frequência de comportamentos sociais e não-sociais foi utilizado para avaliação da preferência e motivação social. No dia 24, os animais foram submetidos ao teste de interação social, em que os animais testados e animaisalvo, ambos desconhecidos, podiam interagir livremente no ambiente do teste, de modo a quantificar comportamentos sociais dos animais testados. Trinta minutos após o fim do teste, os animais foram eutanasiados e foi coletado sangue do tronco para quantificação de CORT. Um grupo adicional de 10 animais não-manipulados e não-testados (grupo Homecage, HC) foi eutanasiado no mesmo dia e horário que os animais testados para obtenção de valores basais de CORT. No experimento II, os animais foram submetidos ao mesmo delineamento experimental, no entanto, 5 min antes do teste de interação social, metade dos animais do grupo EST (n = 30) e NS (n = 20) foi tratada com um análogo de OT (acetato de carbetocina, CBT, 6,4 mg/kg i.p.), e a outra metade foi tratada com salina (SAL). Resultados: Em comparação com animais NS, o grupo EST de modo geral apresentou menor frequência de interação social e maior reatividade de CORT. Diferenças entre os subgrupos foram observadas somente na exploração vertical, com déficit do grupo HR em comparação com NS. Não foi observado efeito da carbetocina sobre o comportamento social dos animais EST. Conclusão: O protocolo de CMC utilizado induziu variabilidade interindividual quanto ao comportamento de medo no contexto do choque e exploração não-social, além de induzir déficits no comportamento social avaliado no teste de interação social, e maior reatividade de CORT a este teste. No entanto, as alterações no comportamento social não foram revertidas com o tratamento agudo com um análogo da OT.