Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Cerqueira, Tiago [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/62116
|
Resumo: |
A demanda de alimentos impulsiona quantidades crescentes de agrotóxicos nas áreas de produção agrícola. Entretanto o uso indiscriminado de praguicidas nas lavouras estão provocando contaminação dos meios aquáticos em áreas adjacentes, como as áreas protegidas. A contaminação por poluentes orgânicos em áreas protegidas tem chamado a atenção dos pesquisadores para uma necessidade de monitoramento ambiental e controle nas emissões poluidoras, uma vez que essas áreas são de interesse público no que tange à qualidade dos recursos naturais, sobretudo a água. O Parque Indígena do Xingu (PIX) é uma terra indígena de importante conservação da sociobiodiversidade mundial e importante protagonista ambiental. Entretanto ele está situado num cinturão de atividade agrícola que pode causar alterações na qualidade dos recursos naturais na Bacia do Xingu. Um destes impactos é o elevado uso de agrotóxicos resultantes de atividades de pulverização em lavouras extensivas limítrofes ao redor do PIX. Embora o Parque Indígena do Xingu seja uma área de preservação emblemática do território nacional, não há qualquer relato sobre o monitoramento de agrotóxicos nas águas da Bacia do Xingu. Assim, este estudo visou monitorar a presença de agrotóxicos na área do PIX e confrontar suas concentrações com os valores estabelecidos pela Portaria 2914 de 2011 do Ministério da Saúde. Para isso, foi necessário realizar um levantamento dos principais cultivos agrícolas e dos agrotóxicos utilizados no entorno do PIX para análise dos padrões de pesticidas. As amostragens foram realizadas anualmente de março de 2017 a março 2018 com coletas de água em variações espaciais envolvendo o interior da área indígena, seu limite com áreas de produção agrícola e nas regiões de lavoura. Para determinação de fitossanitários em água foi realizada primeiramente uma etapa de varredura utilizando a Microextração Líquido-Líquido Dispersiva (DLLME) com determinação dos fitossanitários pela técnica de LC-MS-MS. Após a otimização dos parâmetros foi realizado uma análise qualitativa para os padrões dos agrotóxicos identificados no levantamento e junto com outros 40 princípios ativos com a finalidade de ampliar os padrões selecionados para o estudo. Após essa etapa foi realizada uma análise direta com curvas de quantificação com linearidade de 0,1-10 µg/L preparada em água do tipo I. As amostras também foram submetidas ao Procedimento Operacional Padrão (POP) no Laboratório de Análise de Pág.9 de 102 Resíduos (LARP) para análise confirmatória. A análise por varredura detectou a presença de atrazina e seu metabólito atrazina-desisopropila, azoxistrobina, carboxina, pendimetalina e fipronil nas amostras de água em áreas de lavoura e dentro do PIX. A análise quantitativa apresentou atrazina, fipronil-sulfona e sulfeto, carboxina e azoxistrobina em diferentes concentrações. Já a análise confirmatória detectou as substâncias atrazina, azoxistrobina, clomazona, epoxiconazol, iprovalicarbe, metconazol, propiconazol, propoxur, tetraconazol, trifloxistrobina e tebuconazol. Esses resultados indicam que há resíduos de agrotóxicos nas águas do Parque Indígena do Xingu e estes provém das áreas de plantio adjacentes à área indígena. |