Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Morgado Junior, Pedro Donizeti [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/62207
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Resumo: |
A presente pesquisa analisa os problemas em torno do quase-conceito de decisão no pensamento desconstrutivo de Jacques Derrida (1930 – 2004). No texto derridiano, a decisão não é tomada como um ato intencional calculado por um sujeito. Para Derrida, uma escolha norteada por uma ideia reguladora não é propriamente uma decisão. Uma decisão “digna deste nome”, como diz Derrida, deve vir do outro, e se constituir, portanto, como uma decisão passiva. Desse modo, o filósofo desloca o sentido desse quase conceito conforme ele é utilizado na linguagem ordinária e propõe que, para compreendê lo, é preciso exercitar o pensamento da/na aporia. Esse exercício pode ser observado a partir das análises de Derrida sobre o problema dos indecidíveis (quase-conceitos constituídos por sentidos contraditórios, instáveis e variáveis), sobretudo, a partir dos textos que articulam o tema da decisão à questão da justiça, da responsabilidade e da política. Nessas discussões, é possível verificar que o pensamento desconstrutivo derridiano tem como pressuposto a “experiência da aporia”, uma experiência que não paralisa a investigação, mas que, ao contrário, concentra-se naquilo que é impossível. Para Derrida, uma decisão livre e responsável encontra-se nesses instantes em que ela é necessária, porém, sem fundamento ou programa em que se apoiar. Segundo Derrida, a implementação de uma regra já prescrita e pronta para ser executada, não pode ser considerada absolutamente responsável. A respeito da responsabilidade, o filósofo observa a diferença entre responsabilidade incondicional (absoluta) e responsabilidade condicional, e aplica a mesma distinção a outras noções, como a da hospitalidade e a do perdão. Conforme Derrida, a responsabilidade, a decisão livre, a hospitalidade e o perdão, possuem a marca da différance (alteridade), isto é, da abertura para o absolutamente outro e para o porvir, o que impossibilita a delimitação dessas noções em regras ou esquemas dogmatizados. Por outro lado, essas noções exigem o cálculo, sem o qual nenhum direito, política ou moral poderiam se efetivar. Essa é uma das aporias com a qual a desconstrução derridiana precisa lidar, alternando entre as experiências hiperaporéticas indecidíveis e as urgências a cada vez absolutas. |