Efeitos comportamentais da ovariectomia em um modelo animal neurodesenvolvimental de esquizofrenia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Souza, Jaqueline Castelani de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/72401
Resumo: A esquizofrenia, um transtorno psiquiátrico do neurodesenvolvimento, tem um impacto significativo na vida dos pacientes e de seus familiares. Apesar da prevalência semelhante entre homens e mulheres, a condição apresenta características dimórficas em relação ao sexo, manifestando-se de maneira distinta em termos de idade de início, tipo e gravidade dos sintomas. Essas variações sugerem uma possível influência dos hormônios sexuais na fisiopatologia da esquizofrenia, com destaque para o estradiol. É digno de nota o aparecimento tardio e o agravamento dos sintomas em mulheres durante a peri- e pós-menopausa, um período marcado por uma queda acentuada nos níveis plasmáticos de estradiol. Diante desse cenário, o presente estudo teve como objetivo geral caracterizar o perfil comportamental de ratas adultas submetidas à ovariectomia e tratadas com um antagonista não-competitivo do receptor NMDA (MK-801) durante o período neonatal. No primeiro experimento, as fêmeas foram submetidas a tratamento diário com 0,5 mg/kg de MK-801 do DPN 05 ao DPN 12, a ovariectomia (OVX) no DPN 90 e, posteriormente, a uma série de comportamentos do DPN 120 ao DPN 140. Já no Experimento 2, as ratas receberam tratamento com 0,5 mg/kg/dia de MK-801 entre o DPN 07 e o DPN 20 e foram submetidas à cirurgia de OVX no DPN 90, passando pelas tarefas comportamentais em três momentos: entre o DPN 45-49, entre o DPN 85-89, e entre DPN 135-139. Os resultados comportamentais do Experimento 1 revelaram uma redução da atividade locomotora espontânea e induzida por psicoestimulante em animais tratados com MK-801 e OVX. Com relação ao comportamento social, foi observado alta preferência pela “zona social” em todos os grupos, especialmente nos animais OVX. O teste de PPI revelou um déficit de funcionamento do filtro sensório-motor especificamente em animais MK-801 + OVX. Por sua vez, o Experimento 2 revelou atraso da abertura vaginal de ratas tratadas com MK-801, além de aumento do perfil locomotor (DPN 136) e do número de rotações (DPN 45, 46, e 136) nos animais tratados com MK-801. Também foi observado déficit cognitivo no teste de alternação espontânea e elevada preferência social em todos os grupos do Experimento 2, mas sem qualquer prejuízo de PPI. Em resumo, os achados sugerem um possível efeito do estrógeno sobre os principais neurotransmissores associados à esquizofrenia. Essa conexão entre a regulação hormonal e os sintomas comportamentais destaca a importância da compreensão dos mecanismos neurobiológicos subjacentes à esquizofrenia, visando potenciais intervenções terapêuticas centradas nos hormônios sexuais.