Correlação da artropatia do quadril definida por escores tomográfico modificado e radiográficos com parâmetros clínicos e do alinhamento sagital espino-pélvico-membros inferiores em pacientes com espondiloartrite axial: uma análise comparativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Flavio Duarte [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71705
Resumo: Objetivo. Desenvolver um novo escore de gravidade de artropatia do quadril por tomografia computadorizada (Hip Arthropathy Computed Tomography Score in Ankylosing Spondylitis - HACTSAS). Correlacionar o HACTSAS, juntamente com outros dois escores radiográficos consolidados (Bath Ankylosing Spondylitis Radiology Index - BASRI-h e o escore de Kellgren-Lawrence), com dor, amplitude de movimento (ADM) do quadril, escores clínicos e parâmetros do alinhamento sagital espino-pélvico-membros inferiores (ASEPMI) em pacientes com Espondiloartrite (EpA) axial. Secundariamente, correlacionar a amplitude de movimento de flexão, extensão e o teste de Thomas com o ASEPMI. Métodos. Pacientes consecutivos classificados como EpA axial foram incluídos neste estudo. Seguindo uma adaptação do método de Turmezei et al., o HACTSAS foi pontuado considerando-se a largura do espaço articular (LEA), osteófitos e cistos subcondrais/erosões visualizados na TC desses pacientes. Primeiramente, avaliou-se a correlação do HACTSAS com dor, ADM e escores clínicos, comparando-o com outros dois conhecidos escores radiográficos, o BASRI-h e Kellgren-Lawrence (KL), em toda a amostra, bem como em sub-amostras com menos de 10 anos e mais de 10 anos de sintomas. Os escores clínicos incluídos na análise foram de atividade da doença (Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity Index-BASDAI, Ankylosing Spondylitis Activity Score-ASDAS), qualidade de vida (Ankylosing Spondylitis Quality of Life questionnaire-ASQoL), função (Bath Ankylosing Spondylitis Functional Index-BASFI) e mobilidade (Bath Ankylosing Spondylitis Metrology Index-BASMI). Na segunda etapa, os 3 escores radiográficos foram correlacionados com os parâmetros do ASEPMI (cifose torácica, lordose lombar, eixo sagital vertical, linha de prumo do meato acústico, ângulo espino-sacral, incidência pélvica, inclinação sacral, versão pélvica e flexão dos joelhos). Além disso, as ADM em flexão e extensão foram correlacionadas aos parâmetros do ASEPMI. Resultados. A amostra final foi composta por 112 pacientes, com média de idade e duração da doença de 51±11,2 anos e 20,9±9,6 anos, respectivamente. HACTSAS, BASRI-h e KL apresentaram excelente concordância inter-observador (ICC 0,89; ICC=0,82 e ICC=0,89, respectivamente). HACTSAS (ρ=0,18; IC95% 0,01-0,33), BASRI-h (ρ=0,27; IC95% 0,11-0,42) e KL (ρ=0,23; IC95% 0,07-0,38) mostraram uma correlação leve positiva com dor. HACTSAS (ρ=-0,41; IC95% -0,54 a -0,26), BASRI-h (ρ=0,44; IC95% -0,57 a -0,30) e KL (ρ=-0,40; IC95% -0,53 a -0,25) demonstraram correlação moderada negativa com a ADM total. Na análise das sub-amostras, as correlações dos 3 escores radiográficos com dor e ADM mantiveram-se apenas no grupo de pacientes com mais de 10 anos de doença. O modelo de regressão linear baseado no HACTSAS foi capaz de explicar 33% da variação da ADM total, 28% da abdução, 22% da flexão e 20% da rotação interna dos pacientes, enquanto para o BASRI-h, esses valores foram 32%, 26%, 18% e 24%, respectivamente. Em relação aos escores clínicos, HACTSAS se correlacionou moderadamente com o BASMI em toda a amostra (ρ=0,45; IC95% 0,33-0,55) e nas duas subamostras, enquanto essa correlação foi leve para o BASRI-h (ρ=0,34; IC95% 0,22-0,46) e KL (ρ=0,36; IC95% 0,23-0,47). HACTSS (ρ=0,25; IC95% 0,12-0,38), BASRI-h (ρ=0,16; IC95% 0,02-0,29) e KL (ρ=0,18; IC95% 0,05-0,31) tiveram leve correlação com o BASFI, mas não com ASQol, BASDAI ou ASDAS. Na segunda etapa, HACTSAS, BASRI-h e KL demonstraram correlação leve estatisticamente significativa com ESV (ρpartial=0,29, ρpartial=0,20 e ρpartial=0,20, respectivamente) e pMA (ρpartial=0,22, ρpartial=0,20 e ρpartial=0,22, respectivamente). A ADM em extensão do quadril se correlacionou levemente com a IS (ρ=0,36) e moderadamente com a VP (ρ=-0,42). A ADM em extensão também se correlacionou moderadamente com ESV (ρ=-0,51), pMA (ρ=-0,45) e FJ (ρ=-0,44). O TT teve uma associação leve com ESV (ρ=-0,26) e com a postura em flexão do joelho (FJ) (ρ=0,36). Conclusão. O novo escore tomográfico tridimensional adaptado para artropatia do quadril em pacientes com EpA axial (HACTSAS) demonstrou reprodutibilidade e correlações com dor, ADM e funcionalidade (BASFI) semelhantes aos escores radiográficos BASRI-h e KL, mas superior correlação com o escore de mobilidade (BASMI). HACTSAS, BASRI-h e KL mostraram correlação com o desalinhamento sagital anterior (ESV e/ou pMA). Além disso, observou-se correlação moderada da restrição de ADM em extensão e leve do teste de Thomas com o desalinhamento sagital anterior (ESV e/ou pMA) e postura em flexão do joelho. No entanto, essas associações não parecem afetar a qualidade de vida nesta população específica.