Trabalho, Cotidiano e Conflito na Fábrica de Ferro de Ipanema (1810-1895)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SANTOS, Karina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/62640
Resumo: Esta pesquisa pretende fazer um estudo de caso, tomando por objeto as relações de trabalho na Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema, considerada a primeira siderúrgica do país, localizada na então Vila de Sorocaba, atual município de Iperó, em São Paulo. A Fábrica foi oficialmente fundada em 1810, mas desde o século XVI já se aventava as possibilidades de extração de ferro do Morro de Araçoiaba, onde foi posteriormente edificada. Em função da instabilidade produtiva e das dificuldades no gerenciamento administrativo, em 1860 ela foi desmontada e seu patrimônio, compreendendo maquinaria e escravos, foi enviado ao Mato Grosso, onde se iniciava a construção de uma nova siderúrgica. Com a eclosão da Guerra do Paraguai, a Fábrica de Ipanema reativou suas atividades em 1865, a fim de fornecer insumos à guerra. Suas atividades foram definitivamente encerradas nos primeiros anos da República, em 1895. Africanos livres e escravizados, alemães, suecos, indígenas, camponeses locais, católicos, protestantes, homens, mulheres, crianças, Colônia, Império, República, Coroa e acionistas particulares: entre expectativas e frustrações, uma pluralidade de sujeitos emaranhados nas teias das complexas relações de trabalho e de vida compartilharam a experiência de trabalho na Fábrica. Trata-se de uma experiência singular na história do Brasil sobre a qual pretendo refletir, na perspectiva da História Social, acerca da convergência de perfis distintos de trabalhadores, o cotidiano, a resistência e as transformações nas conjunturas e na vida desses sujeitos históricos.