O impacto de pequenas centrais hidrelétricas na diversidade de anfíbios anuros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pina, Ligia Ferracine de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/57724
Resumo: As alterações ambientais causadas por empreendimentos hidrelétricos, em constante proliferação no Brasil, ameaçam tanto organismos aquáticos quanto terrestres. Grandes hidrelétricas causam declínios na abundância e riqueza e alterações na composição de espécies de anfíbios, tanto nas áreas afetadas pelo enchimento dos reservatórios, quanto nas jusantes das barragens. Os impactos de instalação e funcionamento de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) são presumivelmente menores, porém ainda não há estudos que avaliaram os impactos das mesmas na diversidade de anfíbios. Com o objetivo de investigar o impacto de PCHs na diversidade da anurofauna no nordeste paulista, foram testadas as seguintes hipóteses 1) a diversidade será maior em trechos não afetados por PCHs; 2) a diversidade nas áreas a jusante das barragens será maior que no entorno dos reservatórios das PCHs; e 3) a diversidade de anuros será menor após a instalação de PCHs. As PCHs Anhanguera, Retiro e Palmeiras estão instaladas no médio rio Sapucaí-Mirim, entre os municípios de Guará e São Joaquim da Barra, São Paulo. A composição, riqueza, dominância e abundância relativa das espécies foram comparadas, tanto entre os períodos anteriores e posteriores à instalação dos empreendimentos quanto entre áreas afetadas e não afetadas pelas PCHs. Foram usados dados secundários de monitoramento da anurofauna nos períodos pré e pós-enchimento dos reservatórios, fornecidos pelos empreendedores e órgãos ambientais, além de dados primários obtidos em campo nas três PCHs, suas respectivas jusantes e em uma área não afetada por PCHs. Em relação às comparações entre os períodos anteriores e posteriores ao enchimento dos reservatórios, os resultados indicam maior riqueza de anuros no período pré-enchimento das PCHs e alteração na composição com a variação na abundancia de cada espécie. Consequentemente, a instalação das PCHs reduziu a diversidade de anfíbios, corroborando a primeira hipótese. Quanto às comparações entre áreas afetadas e não afetadas pelas PCHs, a maior riqueza e menor dominância indicaram a maior diversidade de anuros no trecho não afetado por PCHs, seguido pelas áreas das jusantes e pelas áreas diretamente afetadas pelas PCHs. Com isso, foram corroboradas tanto a hipótese de que a diversidade de anuros é maior em trechos não afetados por PCHs quanto a hipótese de que a diversidade nas áreas a jusante das barragens é maior que nas áreas das PCHs. A instalação dos empreendimentos alterou a composição e reduziu a diversidade de anfíbios anuros na região da bacia do Sapucaí-Mirim no nordeste paulista. Porém, estudos em outras bacias com instalações de PCHs são necessários para o estabelecimento dos padrões referentes a este tipo 2 de empreendimento. Os impactos negativos da instalação de PCHs podem ser mais relevantes no trecho médio-alto rio Sapucaí-Mirim. Portanto, caso a instalação de novas PCHs neste rio seja imprescindível, sugere-se que o trecho médio-alto seja poupado. Sugere-se, ainda, o investimento contínuo em recuperação efetiva das áreas de preservação permanente e em monitoramento das populações da fauna, de modo a garantir a funcionalidade do corredor ecológico representado pela vegetação ciliar do rio Sapucaí-Mirim.