O impacto da pandemia da COVID-19 na qualidade do sono de médicos residentes de um hospital terciário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Fernanda Thaysa dos [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69524
Resumo: Contexto: em dezembro de 2019, ocorreu o surto de uma nova pneumonia por coronavírus em Wuhan (Hubei, China) que, logo após, foi considerada uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Além de causar danos físicos, a COVID-19 está associada um sério impacto na saúde mental da população e,por se tratar de doença grave, a equipe de saúde passou a trabalhar sob elevada pressão física e psicológica. Embora haja dados sobre distúrbios do sono em médicos residentes, são poucos os dados sobre o sono desta população. Assim, justifica-se sabermos qual o impacto da pandemia da COVID-19 na qualidade do sono dos médicos residentes de um hospital terciário. Objetivo: determinar o impacto da pandemia da COVID-19 na qualidade do sono de médicos residentes de um hospital terciário de São Paulo - SP. Método: trata-se de uma pesquisa de corte transversal, realizada através da aplicação de questionários validados para avaliar qualidade do sono (Índice de qualidade do sono de Pittsburgh-PSQI), hábitos relacionados ao sono e variáveis sociodemográficas dos participantes. As principais variáveis analisadas foram a latência do sono, mudança no horário de dormir, despertar precoce e qualidade do sono. Os questionários foram aplicados através de formulário online. Incluímos médicos residentes que atuavam no Hospital São Paulo, na assistência a pacientes com COVID-19. Os dados foram analisados no software R (Versão 4.1.1, R Core Team, 2021). Foi atribuído um nível de significância estatística de 5% (p< 0,05) para avaliação dos resultados. Resultados: participaram do estudo 150 médicos residentes, sendo 93 do sexo feminino e 57 do sexo masculino. Dente os participantes, observou-se má qualidade do sono em 72,6%, desânimo em 91,33% e uso de hipnóticos em 25%. A piora da qualidade do sono associou-se à mudança no horário de dormir durante o isolamento social em 2020 (p = 0,037) e com o uso de medicações para dormir (p < 0,001). O aumento da latência do sono associou-se ao uso de medicações (p<0,001) e o despertar precoce associou-se a queixa de desânimo. Idade, sexo e etnia não se associaram às variáveis relacionadas ao sono. Conclusão: neste estudo avaliou-se a qualidade de sono, hábitos de sono e uso de medicações por médicos residentes que atuaram no atendimento direto de pacientes acometidos pelo SARS-COV-2, evidenciando piora da qualidade de sono dos médicos, mudança em seu horário de dormir, maior uso de hipnóticos e presença de desânimo.