Ultrassonografia 3D/4D do assoalho pélvico e qualidade de vida de mulheres nulíparas ou com paridade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Grinbaum, Monica Leite [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63816
Resumo: Introdução: O assoalho pélvico é uma unidade morfofuncional, que, de forma estática e dinâmica, desempenha importantes funções, como micção, defecação e ativação da força muscular durante a atividade física, sexual e no trabalho de parto. O diagnóstico de lesões musculares é difícil de ser feito no exame clínico, sendo assim a ultrassonografia tridimensional (US 3D/4D) e os questionários de qualidade de vida são ferramentas úteis na investigação das disfunções do assoalho pélvico. Objetivos: Avaliar o assoalho pélvico de mulheres no menacme conforme a paridade utilizando a US 3D/4D e correlacionar tais parâmetros com os questionários de qualidade de vida sexual, urinária e anal. Métodos: Este é um estudo coorte transversal, realizado no Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina - Unifesp no período de 2017 a 2019. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição sob o número 0294/2017. Foram recrutadas pacientes do ambulatório de Planejamento Familiar, que buscavam o serviço para contracepção e não referiam espontaneamente queixas de perda urinária e/ou incontinência anal. Todas assinaram TCLE, antes de responderem os questionários e se submeterem ao exame de US 3D/4D do assoalho pélvico. As imagens ultrassonográficas foram obtidas no repouso (REP), na Valsalva (VAL) e na contração (CONT). Eram gravadas e depois analisadas, de forma cega, no software 4Dview. Os escores obtidos nos questionários de qualidade de vida foram correlacionados com os dados ultrassonográficos e a paridade. Resultados: 203 mulheres divididas em 4 grupos: 59 nulíparas (NU), 80 com parto vaginal (PV), 18 com parto a fórceps (PF) e 46 com parto cesárea (PC). Os grupos eram homogêneos em relação à idade (p 0,096), paridade (p 0,051) e IMC (p 0,06). Foram observadas diferenças nas frequências de situações não reportadas espontaneamente como incontinência urinária (IU) (p <0,001), incontinência a flatos (IF) (p <0,001), pontuação do questionário de qualidade de vida sexual FSF-I <26,55 (disfunção sexual) (p0,002) nas medidas ultrassonográficas da área hiatal (AH) (p0,003) e diâmetro transversal (DT) (p0,001). Os grupos PV e PF foram semelhantes e apresentaram maior frequência de sintomas e maior AH e DT do hiato genital, quando comparados aos NU e PC, que foram semelhantes entre si. Foi avaliada a associação de disfunção sexual (DS) com paridade, via de parto, presença de IU e IA. Foi observada associação de DS e idade (OR 1,06 (IC 95% 1,02-1,09) p0,003), paridade (OR1,45 ((IC 95% 1,13-1,87) p0,004), tipo de parto (PC x NU OR 1,9 ((IC 95% 0,84-4,28) p0,121; PF x NU OR 6,42 ((IC 95% 1,98-20,81) p0,002; PV x NU OR3,02 ((IC 95% 1,48-6,17) p0,002), IU (OR3,45 ((IC 95% 1,93-6,5) p <0,001), IF (OR3,21 ((IC 95% 1,69-6,12) p <0,001) e IU + IF (OR5,8 ((IC 95% 2,56-13,14). Conclusão: A ultrassonografia 3D/4D evidenciou AH significativamente maior nas pacientes com partos vaginais prévios (PF e PV), em relação ao grupo de NU e PC; mostrou ainda DT significativamente maiores nas mulheres com partos vaginais. As mulheres com IU apresentaram AH e DT significativamente aumentados em relação às continentes; as mulheres com histórico de parto vaginal (PV e PF) se revelaram com maior risco para IF. A DS foi mais prevalente nos casos de mulheres com parto, com AH e DT maiores e com menor espessura pubovisceral esquerda (ME).