Avaliação diagnóstica e resposta terapêutica ao corticosteróide inalatório em pacientes com diagnóstico clínico de tosse crônica de causa inaparente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Ribeiro, Marcos [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/18479
Resumo: Introdução: Tosse crônica sem causa aparente é comum e decorre de afecção de vias aéreas superiores, de hiperresponsividade brônquica ou de refluxo gastroesofageano em mais de 90% dos casos. Testes de broncoprovocação (TBP) são aplicados para avaliação desta condição com valor preditivo positivo e negativo insuficiente. Objetivo: Realizar uma avaliação diagnóstica através de um questionário respiratório, de testes broncoprovocação e de testes cutâneos e a resposta a um ensaio terapêutico com corticosteróide inalatório em pacientes com diagnóstico clínico de tosse crônica de causa inaparente. Métodos: Foram avaliados após exclusão de causas extrapulmonares como rinossinusite e refluxo gastroesofágico 64 pacientes de forma prospectiva, aleatorizada, duplocega e paralela por 14 dias. Foi utilizado tratamento com beclometasona inalatória 1500mg/dia para 44 pacientes (Grupo1) e placebo na forma inalatória para 20 pacientes (Grupo 2). Questionário respiratório, TBP com adenosina e metacolina, curvas inspiratórias e expiratórias e teste cutâneo foram comparados nos dois grupos e a resposta ao tratamento foi avaliada através de dois diários de sintomas. Resultados: Não houve diferenças para o questionário respiratório, os TBP, testes cutâneos e o ensaio terapêutico tanto para o Grupo 1 quanto para o Grupo 2. Posteriormente os pacientes que utilizaram tratamento com corticosteróide (Grupo 2) foram separados em : Grupo 3 ou não respondedores ao tratamento (n=8) e Grupo 4 ou respondedores ao tratamento (n=36). O questionário respiratório não mostrou correlação com a resposta favorável ao tratamento para a maioria das perguntas nos Grupos 3 e 4. Entretanto a duração da tosse em meses (p < 0,032) e o uso de medicamentos nas últimas semanas ou meses (p < 0,001) no Grupo 4 foram significativamente menores. Os testes de broncoprovocação, independentemente da substancia utilizada, foram semelhantes quanto ao resultado na identificação dos casos. Nos pacientes com TBP positivo, ou seja, nos portadores de tosse variante de asma, houve melhora dos sintomas em 95% (n=21) dos casos com o tratamento. Por outro lado, nos pacientes com teste de broncoprovocação negativo, ou seja, nos possíveis portadores de bronquite eosinofílica houve resposta ao tratamento em 68% (n=15) dos casos. Quando analisamos apenas a resposta ao tratamento, independentemente da doença subjacente (tosse variante de asma ou possível bronquite eosinofílica) obtivemos uma melhora em 82% (n=36) dos pacientes que utilizaram corticosteróide inalatório. Após 1 ano houve o desenvolvimento de asma em 27% (n=12) de quarenta e cinco pacientes analisados. Conclusões: Excluídas condições como drenagem retronasal e doença do refluxo gastroesofágico, o questionário respiratório não tem valor preditivo para a avaliação de pacientes com tosse variante de asma e possível bronquite eosinofílica. O valor preditivo positivo do TBP foi de 95% para os casos de tosse variante de asma e 68% para os casos de possível bronquite eosinofílica. O ensaio terapêutico com corticosteróide inalatório mostrou excelente resposta com resolução completa da tosse em 82% dos pacientes, sendo 95% nos pacientes com tosse variante de asma e 68% nos pacientes com possível bronquite eosinofílica.