A importância da estratégia fármaco-invasiva em idosos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bacchin, Amanda Santoro Fonseca [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/64942
Resumo: Introdução: O infarto agudo do miocárdio está associado a maior mortalidade em idosos. A resposta imune e inflamatória pode afetar a massa infartada e o remodelamento ventricular. Entretanto, a literatura é mais restrita para pacientes com infarto agudo do miocárdio com supra-desnível do segmento ST (IAMCST) sob estratégia fármaco-invasiva realizada dentro de janela terapêutica ideal. Objetivos: Comparar os efeitos da estratégia fármaco-invasiva em idosos e não idosos sobre a massa infartada e função ventricular e examinar possíveis diferenças na resposta inflamatória. Métodos: Estudo prospectivo, com análise cega de desfechos incluiu 327 pacientes com IAMCST sob estratégia fármaco-invasiva classificados como idosos (65 - 75 anos) e não idosos (< 65 anos). A resposta inflamatória foi analisada por meio das concentrações das interleucinas (IL) circulantes IL-1β, IL-4, IL-6, IL-10 e IL-18, por ELISA; a expressão do receptor de quimiocina de monócitos (CCR2) foi mensurada por RT- PCR em tempo real; e a quantificação de subtipos de linfócitos e micropartículas (MP), por citometria de fluxo. Todos os pacientes foram trombolisados com tenecteplase nas primeiras 6 h e realizaram cinecoronariografia e tratamento percutâneo, quando necessário, nas primeiras 24 h do IAMCST (D1). Ressonância nuclear magnética cardíaca (RNMc) foi realizada após 30 dias do evento isquêmico (D30). Resultados: Idosos apresentaram contagem de linfócitos inferior a não idosos e maior relação neutrófilos/linfócitos (RNL) no D1 e D30. Não foram observadas diferenças entre grupos na quantidade de linfócitos T CD4+ ou CD8+ circulantes no D1 ou D30. Observou-se para os idosos no D30, menor quantidade de linfócitos B1 TLR4+ e maior quantidade de linfócitos B2 clássicos, devido a maior quantidade de células B2 memória. Foram observados no grupo de idosos, níveis mais elevados de IL-18 no D1, mas não para demais citocinas analisadas e as IL não diferiram entre idosos e não idosos no D30. Foi constatada relação inversa entre os níveis do receptor da quimiocina de monócitos tipo 2 (CCR2) em D30 e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), sem diferenças entre os grupos. Em relação às MP, constatou-se, para os idosos maior número de MP monocíticas no D1 e MP plaquetárias no D30. A RNMc no D30 mostrou massa ventricular infartada similar entre os grupos e melhor FEVE para os idosos. Regressão linear múltipla para determinantes da massa infartada no D30 revelou que em D1 a troponina T ultrassensível (TNTus) (coeficiente beta 0.614, p<0.001) and IL-6 (coeficiente beta 0.392, p=0.003) foram preditores xv independentes (ANOVA F 27.044, p<0.001, R2 0.39). Para a FEVE estimada pela RNMc no D30, os preditores independentes coletados em D1 foram TNTus (coeficiente beta -0.538, p<0.001) e RNL (coeficiente beta -0.171, p=0.004), ANOVA F 55.199, p<0.001, R2 0.361). Para variáveis coletadas no D30, a creatinina sérica (coeficiente beta 0.237, p=0.001) e leucócitos totais (coeficiente beta -0.195, p=0.008) foram preditores independentes da massa infartada (ANOVA F 8.414, p<0.001, R2 0.09), enquanto para a FEVE, a única variável independente pela regressão linear foi a creatinina (coeficiente beta -0.214, p=0.002, ANOVA F 9.992, R2 0.046). Conclusões: Em pacientes sob estratégia fármaco-invasiva adequada, diferenças iniciais nas respostas imune-inflamatórias entre idosos e não idosos não tiveram impacto na massa final enfartada, e tampouco as variáveis analisadas foram implicadas na melhor função ventricular observada entre os idosos.