Avaliação de eventos cardiovasculares e métricas de atendimento na experiência de uma década da rede de tratamento do infarto agudo do miocárdio baseada na estratégia fármaco-invasiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Moraes, Pedro Ivo De Marqui [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/62957
Resumo: Objetivo: Avaliar os eventos cardiovasculares e as métricas de atendimento em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento de segmento ST tratados em uma rede municipal baseada na estratégia fármaco-invasiva. Métodos: Entre março de 2010 e setembro 2020, foram analisados pacientes consecutivos submetidos à fibrinólise em hospitais secundários e transferidos sistematicamente ao centro terciário para realização de cateterismo cardíaco. Variáveis numéricas foram expressas em mediana e intervalo interquartil. Um modelo de regressão logística foi construído para determinar os preditores de mortalidade intra-hospitalar. Resultados: Foram analisados 2.710 pacientes com idade de 59 [51-66] anos, sendo 815 mulheres (30,1%) e 837 diabéticos (30,9%). O tempo entre o início dos sintomas e o primeiro atendimento médico foi de 120 [60-210] minutos e o tempo porta-agulha de 70 [43-115] minutos. A angioplastia de resgate foi necessária em 929 pacientes (34,3%), nos quais o tempo fibrinolítico-cateterismo foi 7,2 [4,9-11,8] horas em comparação a 15,7 [6,8-22,7] horas naqueles que tiveram critérios de reperfusão. Mortalidade intra-hospitalar por todas as causas ocorreu em 151 pacientes (5,6%), reinfarto em 47 (1,7%) e acidente vascular encefálico isquêmico em 33 (1,2%). Sangramento maior ocorreu em 73 pacientes (2,7%), incluindo 19 casos (0,7%) de sangramento intracraniano. Os fatores preditores de mortalidade foram maior idade (odds ratio, OR 1,06 IC 95% 1,03-1,08), classificação de Killip-Kimball pré-fibrinolítico ≥ 2 (OR 2,26 IC 95% 1,15-4,42), maiores valores séricos admissionais de creatinina (OR 1,37 IC 95% 1,12-1,69) e de troponina (OR 1,03 IC 95% 1,01-1,05), evolução para choque cardiogênico por falência de ventrículo esquerdo (OR 25,41 IC 95% 13,17-49,03) ou por falência de ventrículo direito (OR 4,88 IC 95% 2,09-11,42), bloqueio atrioventricular total (OR 3,43 IC 95% 1,84-6,41) e novo episódio de fibrilação atrial (OR 3,09 IC 95% 1,45-6,59). Restabelecimento de fluxo angiográfico ótimo pela artéria relacionada ao infarto foi um fator protetor (OR 0,35 IC 95% 0,22-0,56). O modelo apresentou boa capacidade preditora (área sob a curva 0,94 IC 95% 0,92-0,96). Conclusão: Na experiência de uma década da rede municipal para tratamento do infarto agudo do miocárdio baseada na estratégia fármaco-invasiva, foram observadas baixas taxas de mortalidade e de complicações cardiovasculares, apesar de métricas prolongadas de tempo para terapia fibrinolítica e angioplastia de resgate.