Prevalência e fatores de risco para fraturas por fragilidade em pacientes com artrite reumatoide estabelecida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ramos, Fernanda Pulcheri [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71148
Resumo: Justificativa/Objetivo: O impacto negativo da artrite reumatoide (AR) sobre a saúde óssea é frequentemente negligenciado. O objetivo do presente estudo é determinar a prevalência e os fatores de risco para fraturas por fragilidade em pacientes com AR estabelecida seguidos em centro de saúde terciário em São Paulo, Brasil. Métodos: Pacientes com AR em seguimento clínico realizaram medidas da densidade mineral óssea (DMO) por DXA (GE Lunar DPX MD+) e radiografia da coluna vertebral. Análise morfométrica foi realizada pelo método de Genant e presença e gravidade das fraturas vertebrais foi mensurada pelo índice de deformidade vertebral (IDV). Associações entre dados demográficos, características da doença, uso de medicamentos modificadores do curso de doença (MMCD), glicocorticoides (GC, dose atual e cumulativa em 5 anos) e atividade da doença com os desfechos da saúde óssea foram avaliadas por análise de regressão logística e linear. Resultados: Um total de 179 mulheres e 21 homens com AR (média de idade 65±9,6 anos; FR positivo 71,9%) participaram do estudo. Atividade de doença moderada a alta foi observada em 45,5% e 31% dos pacientes no momento do estudo e na média acumulada em 5 anos, respectivamente. Os pacientes estavam em uso atual de GC (28,5%, dose diária média 2,1±4,5 mg de prednisona), MMCDsc (93,5%) e MMCDb/sae (60%) e 33 (16,5%) tinham AR difícil de tratar. Osteoporose densitométrica e fraturas por fragilidade foram observados em 44% e 28% dos pacientes, respectivamente. As fraturas mais frequentes foram vertebrais (23,5%), do antebraço (5,5%) e fêmur (2,5%). Nas mulheres, o IMC (OR=0,916; IC95%=0,854 - 0,983; P=0,015) e a carga tabágica (OR=1,023; IC95%=1,002 - 1,044; P=0,032) foram associados ao risco de osteoporose densitométrica, a atividade de doença nos últimos 5 anos (OR=3,474; IC95%=1,557 - 7,751; P=0,002) e o T-score do fêmur total (OR=0,646; IC95%=0,436 - 0,956; P=0,029) foram previsores significativos de fraturas, enquanto a dose atual de GC (β=0,125; t=2,800; P=0,006) e T-score do colo do fêmur (β=-0,523; t=-2,807; P=0,006) foram previsoras significativas do IDV (R2=0,108; P<0,001). Nos homens, a idade foi previsora significativa de fraturas (OR=1,214; IC95% 1,015 - 1,453; P=0,034). Conclusão: Altas taxas de osteoporose densitométrica e fraturas foram observadas em pacientes com AR estabelecida de longa duração. Mais de 40% das fraturas ocorreram em pacientes sem osteoporose densitométrica. Baixo IMC e a elevada carga tabágica associaram-se a maior risco de osteoporose densitométrica, enquanto atividade de doença moderada a alta ao longo do tempo, dose maiores de GC e valores menores de DMO no fêmur proximal são varáveis associados a maior risco de fraturas. A densitometria óssea combinada com a morfometria vertebral são complementares para identificação da fragilidade óssea em pacientes com AR.