Avaliação dos fatores de risco para fratura vertebral e não-vertebral em mulheres com artrite reumatoide de longa duração

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Felipe Freire da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-19072024-163319/
Resumo: Introdução: A baixa densidade mineral óssea (DMO) é um importante preditor de fratura. No entanto, pacientes com artrite reumatoide (AR) costumam fraturar mesmo apresentando DMO normal ou osteopenia. Os estudos sobre fatores de risco para fragilidade óssea nesta população são bastante heterogêneos e não incluem um conjunto abrangente de variáveis potencialmente associadas, em especial parâmetros de microarquitetura óssea e composição corporal. Também são raros os dados envolvendo latino-americanos. O objetivo deste estudo foi, portanto, avaliar os fatores de risco para fraturas vertebrais (FV) e não-vertebrais (FNV), incluindo parâmetros clínicos, laboratoriais e densitométricos [massa óssea, escore de osso trabecular - trabecular bone score (TBS) e composição corporal] em mulheres com AR estabelecida. Métodos: Trezentas mulheres com diagnóstico de AR foram selecionadas consecutivamente em um ambulatório de hospital terciário. As pacientes foram avaliadas a partir da realização de: questionários clínicos, índices de atividade de doença (AR), exames laboratoriais, DMO, TBS, composição corporal e Vertebral Fracture Assessment - VFA por DXA (absorciometria por dupla emissão de raios-x). Modelos de regressão logística foram construídos para definir as variáveis associadas independentemente às FV e FNV. Também foram realizadas análises de curva ROC (Receiver Operating Characteristic Curve) para avaliar a capacidade discriminativa do TBS e da DMO na identificação de indivíduos com fraturas. Resultados: Duzentos e sessenta e cinco mulheres com mediana de idade de 55 anos (22 - 86) e com 14 anos (0,5 - 46) de tempo de doença foram incluídas nas análises. A prevalência de FV e FNV foi de 30,6% e 17,4%, respectivamente. Na regressão logística multivariada, valores de TBS (OR=1,61; IC 95%=1,09-2,38; p=0,017, para cada redução de 1 desvio-padrão), proteína C reativa - PCR (OR=1,54; IC 95%=1,15-2,08; p =0,004) e PTH (OR=1,24; IC 95%=1,05-1,45; p=0,009) foram fatores de risco para FV, enquanto baixa massa muscular apendicular (OR=3,37; IC 95%=1,31-8,69; p=0,012), índice de massa corporal - IMC (OR=0,90; IC 95%=0,82-0,98; p=0,020) e DMO de fêmur total (OR=2,08; IC 95%=1,15-3,85; p=0,015) foram associados à FNV. Em análises de curva ROC, foi demonstrado um melhor desempenho do TBS em relação à DMO para detecção de FV. Conclusões: Em mulheres com artrite reumatoide de longa duração, os fatores associados a fratura por fragilidade são diferentes entre os sítios esqueléticos (vertebral e não-vertebral). A magnitude da associação dos parâmetros ósseos e musculares com fratura (TBS para FV e massa muscular apendicular para FNV) foi maior do que a associação entre os marcadores de atividade inflamatória da AR e fratura. O TBS parece ter maior poder discriminativo do que a DMO em identificar indivíduos com FV na AR de longa duração