Cuidados sem fronteiras: mulheres imigrantes bolivianas, maternagem e saúde na Grande São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Serrano, Samantha Lynn
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/62094
Resumo: O objetivo do presente estudo é descrever e analisar as experiências de mulheres imigrantes bolivianas na Grande São Paulo, Brasil, na maternagem e nos cuidados em saúde pessoais e de suas famílias. O estudo aborda questões de gênero, raça, classe, maternidade, migração, interseccionalidade, trabalho em cuidado, trabalho e saúde, e acesso a cuidados em saúde deste grupo social. Nesta etnografia, a pesquisa de campo abrangeu trabalho voluntário em três instituições promovendo a integração de imigrantes na Grande São Paulo e/ou fornecendo serviços dirigidos a imigrantes bolivianas; o acompanhamento de rodas de conversa de mulheres imigrantes; o acompanhamento de interlocutoras nas suas próprias consultas médicas e em consultas para seus filhos; entrevistas semiestruturadas em profundidade com nove interlocutoras; e um grupo focal com oito mulheres imigrantes bolivianas na periferia de São Paulo. Os assuntos emergentes da pesquisa foram separados em quatro temas: a busca para cuidar da saúde dentro e fora do SUS; saúde e a maternagem; a espera no SUS e o tempo das mulheres imigrantes; e violência cotidiana e saúde. O estudo revela a importância de estratégias de integração de mulheres imigrantes bolivianas no SUS (que promoveria a integração da família toda) com um foco em trabalhadoras em oficinas de costura. Ficaram evidentes o isolamento e as condições precárias frequentemente enfrentadas nesta situação de trabalho/moradia, altas taxas de violência e corporalidades diferentes de tempo e espaço. Este estudo documenta os impactos negativos da terceirização do trabalho na indústria têxtil, a necropolítica e a neoliberalização do SUS no acesso a cuidados em saúde e os resultados em saúde deste grupo. Esse trabalho conclui que além das barreiras linguísticas e culturais para acesso a cuidados em saúde no SUS, mulheres imigrantes bolivianas enfrentam os obstáculos frequentemente enfrentados por usuárias brasileiras também, entretanto as experiências desse grupo social com estas barreiras são profundamente impactadas por suas posicionalidades estruturalmente vulneráveis.