As resistências ao etnocídio na Aldeia Tekoa Paranapuã

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Vinícius Duarte de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10010824
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/61054
Resumo: Em 2004, a comunidade da Aldeia Tekoa Paranapuã, situada em São Vicente, litoral do Estado de São Paulo, realizou a retomada de seu território sagrado. A reterritorialização indígena se fundamenta nas cosmologias dos povos Guarani Mbya e Tupi Guarani, que reconhecem a ocupação tradicional do território do Tekoa Paranapuã por seus ancestrais. Por conta da situação de litígio, na qual o Estado paulista é autor de uma ação civil pública que solicita a remoção da comunidade indígena do local, e do contexto de sobreposição territorial do Parque Estadual XixováJapuí, uma Unidade de Conservação, ocorrem violações de direitos e são impostas restrições ao modo de vida tradicional dos povos originários no território. Diante desta conjuntura, a presente dissertação tem por objetivo produzir uma reflexão crítica sobre a resistência da comunidade da Aldeia Tekoa Paranapuã ao etnocídio. Esta é uma pesquisa qualitativa de revisão bibliográfica. A fundamentação teórica produz o diálogo com um campo interdisciplinar, sobretudo com as áreas da psicanálise implicada, psicologia indígena, antropologia e dos estudos decoloniais. A resistência indígena possui múltiplas dimensões, sendo que a permanência no território é apontada como a principal luta da comunidade do Tekoa Paranapuã. Isto posto, produzi articulações com conceitos de racismo estrutural, etnocídio e dimensão sociopolítica do sofrimento, que são determinantes nos processos de sistemática violação de direitos, esbulho das terras indígenas e reprodução da colonialidade. As resistências da comunidade da Aldeia Tekoa Paranapuã ao etnocídio estão direcionadas a fortalecer o nhandereko, por meio do revigoramento do conhecimento ancestral e das práticas xamânicas, que sustentam a reterritorialização, permanência no tekoa e transmissão intergeracional da cosmovisão indígena. Esta pesquisa produz contribuições para a comunidade indígena e para os campos da interdisciplinaridade e psicologia, pois, aprofunda e amplia discussões no âmbito das relações interculturais e étnico-raciais sobre a resistência ao etnocídio.