Crime, esporte, cultura popular: as práticas, representações e transformações da capoeira em São Paulo (1900-1950)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Maciel, Rafael Blessa [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69112
Resumo: Esse trabalho busca compreender as transformações das práticas e das representações da capoeira na cidade de São Paulo entre 1900 e 1950. Através de um amplo mapeamento das notícias de jornais da cidade e de boletins policiais, estudamos como a capoeira acontecia na cidade e como se transformou, especialmente como os capoeiras lidavam com a dinâmica da prática ser criminalizada pelo código penal. O trabalho analisou fontes policiais que ainda não tinham sido localizadas e discutidas sobre a capoeira na cidade de São Paulo nas primeiras décadas do século XX. Para entender as disputas de representação da capoeira que ocorriam no período, buscamos aprofundar o conhecimento de como intelectuais ativos na cidade na década de 1920 representaram a figura dos capoeiras em seus livros e escritos nos jornais, especialmente Coelho Neto, Monteiro Lobato e J. C. Alves de Lima, homens que trouxeram a discussão da capoeira como símbolo da identidade nacional, como esporte “verdadeiramente nacional”. Ao mesmo tempo, a capoeira ia entrando em novos circuitos na cidade, analisamos os lutadores de capoeira no mundo do espetáculo de finais da década de 1920. Finalizamos o trabalho analisando a feira Folclórica Nacional do Parque da Água Branca realizada em 1949 quando a capoeira teve grande destaque na imprensa, assim como as apresentações do Mestre Bimba ocorridas no mesmo ano no Estádio do Pacaembu. Ao longo dos 50 anos em estudo, a capoeira foi muito presente nas ruas da cidade, especialmente praticada pelos trabalhadores afro-descendentes e brancos, e também por portugueses pobres. Conquistou amplo espaço na opinião pública, foi descriminalizada pelo código penal de 1940 e, ao longo do período, não deixou de sobreviver enquanto manifestação cultural africana envolvendo a música e a dança, preservando a tradição da cultura da resistência escrava.