A alegoria da Paz nas charges de J. Carlos durante a Primeira Grande Guerra: estilo, humor e narrativa.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Daniel Rodrigues [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/62528
Resumo: A alegoria da Paz foi um recurso utilizado por J. Carlos para narrar de forma cômica, através de suas charges, os acontecimentos durante a Primeira Grande Guerra. Pretende-se analisar, em suas charges de guerra, a alegoria da Paz, investigando como estas representações ajudaram o artista a criar uma narrativa geopolítica ilustrada, considerando a ponto de vista do artista e da revista Careta no Rio de Janeiro da primeira metade do século XX. Como percurso metodológico, pretende-se estudar a experiência inicial do artista em atuação na revista Tagarela em conjunto com Raul Pederneiras e K. Lixto (Calixto Cordeiro) entre 1902 e 1904. O periódico humorístico cobriu o início da reforma urbana do Rio de Janeiro, iniciando a Belle Époque na capital e no Brasil. A seguir, será estudada a participação do artista no periódico Careta durante as Primeira Grande Guerra, considerando o uso que o artista fez da alegoria da Paz na revista. Do ponto de vista teórico, será feita a conceituação do que venha a ser charge, alegoria, narrativa visual e agência, fazendo também um breve revisão histórica dos conceitos bem como do uso da alegoria da Paz na História da Arte. Também será feita uma revisão histórica do humor na Belle Époque, relacionando como processo civilizatório implícito na reforma urbana e sanitária do Rio de Janeiro no início do século XX, comparando-se com a análise das charges deitas por J. Carlos e seu companheiros fizeram na revista Tagarela. Por fim, será realizada a análise das charges da revista Careta durante Primeira Grande Guerra, investigando como o evento tomou importância no periódico, como a guerra alimentava temores em relação às sufragistas e à tomada de postos de trabalho pela mulher, bem como uma temida liberação nos costumes. Dentro dos debates na revista sobre a natureza feminina, a alegoria da Paz incorporou ideais masculinos de uma civilidade feminina que ajudou a construir uma narrativa de degeneração na Grande guerra.