Avaliação do impacto da gastroplastia na microbiota salivar e status de saúde bucal em pacientes com obesidade mórbida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ribeiro, Aianne Souto Pizzolato [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63982
Resumo: A gastroplastia é considerada uma terapia efetiva para a obesidade mórbida, capaz de melhorar ou reverter comorbidades, embora o conhecimento sobre o impacto na saúde bucal seja restrito. O objetivo foi avaliar as condições de saúde bucal, marcadores salivares inflamatórios e microbiota salivar em pacientes submetidos à gastroplastia (by pass; grupo Gastroplastia), comparando-os com um grupo Controle que recebeu aconselhamento dietético por 6 meses. Material e Métodos: 30 mulheres e 10 homens com obesidade mórbida (IMC≥40 kg/m2 ) e idades entre 23 e 44 anos compuseram a amostra (n=20 em cada grupo pareado para o sexo). Foram coletados dados do histórico médico e dentário e consumo alimentar. O exame clínico incluiu o índice de cárie (CPOD), índice periodontal comunitário (IPC) e medidas antropométricas e coleta de saliva para determinação do fluxo, capacidade tampão, citocinas inflamatórias e ácido úrico. A análise microbiológica salivar foi realizada por sequenciamento 16S rRNA para avaliação da abundância relativa de gênero, espécie e alfa-diversidade. Os dados foram analisados por análise de cluster K-means e ANOVA modelo misto de duas vias. Resultados: Uma associação entre condição de saúde bucal, razão cintura/quadril e alfa diversidade bacteriana salivar foi observada ao baseline. A massa corporal e IMC diminuíram significativamente no grupo Gastroplastia. Embora observada discreta melhora nos marcadores de consumo alimentar, o número de dentes obturados e o índice CPOD aumentaram em ambos os grupos (p<0,001). Uma discreta piora no IPC foi observada no grupo Gastroplastia aos 3 meses, enquanto no grupo Controle observou-se leve melhora no status periodontal aos 3 meses, que voltou a piorar até os 6 meses. O fluxo salivar, capacidade tampão e concentrações de TNFα e ácido úrico não se alteraram no período avaliado. As concentrações de IFNγ e IL10 reduziram significativamente no grupo Gastroplastia até os 3 meses, enquanto no grupo Controle a diminuição ocorreu após 3 meses de acompanhamento dietético; as concentrações de IL6 diminuíram em ambos os grupos. Alterações significativas na abundância relativa de gêneros e espécies foram observadas, com destaque para Actinomyces, Atopobium, Campylobacter e Veillonella e Prevotella tannerae, Prevotella nigrescens e Porphyromonas endodontalis, respectivamente, e na alfa-diversidade bacteriana salivar. Conclusão: A perda de peso e a melhora no quadro inflamatório foi evidenciada pelas alterações nas concentrações de citocinas salivares após a gastroplastia, concomitante a uma modulação na microbiota salivar ao nível de gênero, espécie e alfa-diversidade em ambos os grupos. Embora observada discreta melhora nos marcadores de consumos alimentar, o índice de cárie aumentou e não foi encontrada melhora clinicamente significativa no status periodontal 6 meses após a gastroplastia.