DENTRO DO NÓ: Perspectivas sobre a vida nas ruas em Santos (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Laffront, Juliana Vilar da Nóbrega [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10145386
https://hdl.handle.net/11600/62075
Resumo: Esta pesquisa se propõe a mergulhar no espaço urbano e em sua conformação política, na tessitura do nó que se constitui através das dinâmicas desse território em perene disputa, nos diferentes usos da cidade, com seus antagonismos e atravessamentos, a partir da questão da vida nas ruas. Essa discussão se faz pertinente considerando a secularidade desse fenômeno e sua intrínseca relação com o contexto urbano, visto que desde a formação das primeiras cidades existem pessoas fazendo das ruas espaço de moradia e sustento. Igualmente, desde seu surgimento, a sociedade busca explicar esse fenômeno, construindo estratégias para seu enfrentamento. Assim, o desenvolvimento dessa discussão se dá na perspectiva do dilema existente no convívio entre a vida nas ruas e a vida nos domicílios, o espaço privado de moradia. Esses modos de vida são conflitantes e diametralmente opostos nas cidades e metrópoles na sociabilidade em que vivemos. A vida nas ruas é determinada por múltiplos aspectos do trabalho e das condições econômicas, e é no seio do modo de produção capitalista que esse fenômeno se radicaliza, carregado por elementos de barbárie e miséria que se escancaram nas ruas da cidade, desafiando seus habitantes a encarar a desigualdade social e a produção da pobreza, ocasionada por esse sistema em seus cotidianos. Consequentemente, são geradas reações das mais diversas, ideologicamente permeadas, que se manifestam nas expectativas em relação à intervenção do poder executivo para com essa população. Um dos modos de manifestação política dessa reação ganha materialidade nos dispositivos adotados pela Câmara Municipal, que age como uma caixa de ressonância do grito de incômodo da Cidade com essa situação. Com isso em mente, decidimos por essa proposta de incursão analítica buscando, assim, analisar como se dão essas manifestações na cidade e quais interpretações expressam sobre esse fenômeno. Para tanto, analisaremos os requerimentos da Câmara Municipal dirigidos ao Poder Executivo que tiveram por objeto a questão das pessoas que vivem nas ruas no ano de 2018, na cidade de Santos, percebendo o modo com que essa questão é discutida e abordada pelos vereadores. Realizaremos levantamento de material e estudo bibliográfico, procurando delimitar as tendências de análise da vida nas ruas através da metodologia de análise de conteúdo. Com o intuito de prover o entendimento acerca das dinâmicas contraditórias que conformam a vida nas ruas no contexto urbano, pretendemos contribuir fornecendo elementos analíticos aos diversos trabalhadores implicados com o tema, às pessoas que vivem nas ruas e demais interessados, através de informações e reflexões consistentes no âmbito desse território, no qual se empreendem constantes disputas e lutas pelas condições de vida e garantia de direitos daqueles que vivem nas ruas