Transitar doente e a dor crônica: laços e desenlaces entre adolescentes, familiares e instituição hospitalar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rabelo, Maria Tereza Piedade [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/58421
Resumo: Pacientes com o quadro estável de câncer infanto-juvenil, muitas vezes, apresentam dificuldades em seguir com o seu processo de transição para a vida adulta e, em alguns casos, um quadro de dor crônica se instala, o que dificulta ainda mais sua reinserção social. Objetivo geral: compreender a experiência de adoecer na infância e juventude e seu impacto no processo de transição da adolescência para a fase adulta e, também, investigar o lugar que a dor crônica pode ocupar na economia psíquica do adolescente e de sua família ao longo desse processo. Método: Pesquisa do tipo mista. A coleta de dados foi organizada em três etapas: 1) entrevistas semiestruturadas com 12 adolescentes em seguimento no ambulatório de dor de um hospital de oncologia pediátrica; 2) entrevistas semiestruturadas com as 12 mães dos adolescentes participantes da pesquisa; e 3) aplicação do Questionário de Avaliação do Preparo para a Transição (TRAQ); da Escala de Maturidade para a Escolha Profissional (EMEP); do Teste de Morisky, Green e Levine sobre adesão medicamentosa (TMG). A análise dos dados qualitativos foi realizada por meio do método psicanalítico a partir da escuta analítica, e análise dos dados quantitativos, por meio de análise estatística. A tipologia de método misto utilizada foi a “Triangulação”, que visa à corroboração de métodos de diferentes paradigmas. A pesquisa em psicanálise, cujo paradigma é interpretativo, é o método predominante, e a integração dos dados ocorreu no momento da discussão. Resultados e discussão: Dez categorias foram construídas e apresentadas juntamente com os dados dos questionários em três textos: 1) “Transitar doente: laços e desenlaces entre adolescentes, familiares e a instituição hospitalar”; 2) “Experiência de adoecer na infância e adolescência: uma leitura psicanalítica dos fenômenos de Crescimento pós-traumático e resiliência”; 3) “Sobreviventes de câncer infanto-juvenil e dor crônica: “‘Porque dói bem menos ser criança’”. Conclusões: A condição de desejar foi constatada nesta pesquisa enquanto um fator protetivo em relação ao adoecimento. Espera-se, com este estudo, que haja uma abertura para um diálogo entre campos diferentes do saber e que a psicanálise, a partir da especificidade de seu saber, consiga contribuir com um olhar menos patologizante do sofrimento humano para o fenômeno de adoecer na infância e adolescência