Epicuro: da decadência da pólis à edificação do sábio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Zmijewski, Marcos Adriano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Santa Maria
Brasil
Filosofia
UFSM
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Centro de Ciências Sociais e Humanas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufsm.br/handle/1/16198
Resumo: Considerando a importância que o estudo da filosofia de Epicuro possui para uma melhor administração da vida, nos ocupamos, no presente trabalho, em realizar um estudo acerca de duas condutas de vida recomendadas por ela: cuide de si mesmo e viva ocultamente. Para tanto, antes de investigarmos o papel que elas representavam dentro da arquitetônica epicurista, tivemos que, num primeiro momento, analisar o contexto no qual Epicuro desenvolveu o seu pensamento, procurando entender o que o levou a evitar toda e qualquer atividade pública, bem como conhecer as fontes que ele se serviu para estruturar inicialmente o seu pensamento. Num segundo momento, estudamos a contribuição que o saber oriundo da canônica e da física proporcionam para o viver bem (isto é, ter prazer em viver), compreendendo-as como disciplinas propedêuticas. Fazendo isso, notamos que tanto o cuidado de si, que vem expresso pelo conceito de autárkeia, como o “viva distanciado”, reproduzido pela máxima láthe biôsas, são indispensáveis para o alcance da ataraxia, ou, ainda, para o alcance da serena alegria de viver. Tal estudo se faz possível mediante uma análise detalhada dos poucos e seletos textos sobre a doutrina de Epicuro que chegaram até nós, bem como daqueles que a tradição filosófica que o sucedeu se ocupou em prover. Constatou-se, com a presente pesquisa, que ambas as condutas são pouco exploradas e comentadas entre os estudiosos da obra epicurista. No entanto, elas ocupam um lugar central dentro do éthos filosófico de Epicuro, quer pelo significado que possuem, quer pela relação que estabelecem com outros conceitos de sua filosofia, como, por exemplo, o de liberdade (eleuthería), de amizade (philía), de equilíbrio do corpo e da alma (eustátheia), dentre outros. Constatamos, além disso, que, a filosofia de Epicuro, desde sua fundação, sob os conceitos da autárkeia e da láthe biôsas, buscou primordialmente atender necessidades pessoais do viver humano em busca de uma vida serena e tranquila, e, sobretudo, de bem-estar, de satisfação e de felicidade. Dado que a filosofia de Epicuro jamais se ocupou em formular idealmente um viver humano desvinculado das experiências da vida, ela se construiu e resultou, enfim, numa filosofia vivida.