Da carne sensível à singularidade ética: a sensibilidade como condição-gênese da individuação na fenomenologia levinasiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Cerezer, Cristiano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Santa Maria
BR
Filosofia
UFSM
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufsm.br/handle/1/9101
Resumo: Nosso estudo pretende analisar a questão da sensibilidade no pensamento de Emmanuel Lévinas, tendo em vista seu papel fundamental na individuação do sujeito no seio de uma temporalização diacrônica que adquire uma significação ética. A sensibilidade será tomada como condição genética da subjetivação do eu que encontra na relação com o outro a norma genética da significação. Será precisamente seguindo a radicalização da fenomenologia do sensível, simultânea à crítica da representação e da ontologia, que encontraremos o campo de gênese da abordagem ética levinasiana. O pensamento de Lévinas é conhecido por defender o primado da ética sobre a ontologia tendo em vista uma subjetividade responsável antes da liberdade e que, por ser hospitalidade, é atravessada por uma referência à alteridade irredutível de outrem. Mas tal relação é condicionada por uma alteridade-a-si e por uma hiperestesia. É possível que nossa consciência moral esteja entranhada em nossa carne, como a heteronomia da resposta? Como a sensibilidade se torna responsabilidade e então intencionalidade? De que maneira surge uma significação ética enraizada na individuação sensível do sujeito? Faremos uma análise preliminar da corporeidade na fenomenologia levinasiana, considerando sua recepção crítica do método fenomenológico e sua releitura ontológica e ética a partir da sensibilidade purificada de seus traços objetivantes. Esta será captada em dois registros: fruição e vulnerabilidade. Analisaremos a gênese da responsabilidade tomando como enfoque a afetividade descrita sob os traços do sofrimento . Este indica um regime subjetivo em que impera a passividade e cuja ambigüidade se situa na tensão entre o sentido inter-humano e o absurdo do anonimato. O sofrimento por ganharia sentido na proximidade inter-humana enquanto implica uma responsabilidade individual e inalienável. A passagem da carne sensível à singularidade ética pressupõe a sensibilidade como campo de uma intriga que entrelaça temporalização e individuação através da significação da responsabilidade: UM-pelo-OUTRO.