Geografia e individuação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Souza, Danilo Amorim de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-22052015-100509/
Resumo: A presente dissertação resulta de uma pesquisa de caráter exploratório e objetiva contribuir para a apropriação, no âmbito da ciência geográfica, dos recentes esforços de resgate da dimensão ontológica da obra de K. Marx (1818-1883), destacando a compreensão radical e crítica do processo de individuação, que vai à raiz, buscando sua gênese e necessidade social. Explora, assim, as obras em que Marx, buscando sua autocompreensão, institui um pensamento próprio e os fundamentos de um estatuto ontológico. Desse modo, associa-se ao movimento de crítica da tradição geográfica, que se caracteriza especialmente pela apropriação do pensamento marxista, e com ele buscou estabelecer, permanentemente, pontos de intersecção, diálogos e críticas, bem como com as próprias matrizes clássicas da ciência geográfica ressaltando a apreensão da hegemonia, e suas consequências, do viés epistemológico no movimento de renovação crítica da disciplina e a problematização da categoria de complexo geográfico, associando-a à noção do ser social como um complexo de complexos. Por fim, explora categorias concernentes à geografia do processo de individuação em sua historicidade e contraditoriedade, identificando as relações entre os diferentes complexos geográficos (rurais e urbanos) e suas configurações territoriais (em especial a relação entre campo e cidade) com os distintos tipos de individualidade humano-social emergentes nesse processo. Evidencia, de um lado, a conexão entre as sociabilidades em que predominam o meio natural e complexos geográficos rurais com uma individualidade que tem como meta e limite a reprodução dos pressupostos dados. De outro, discute a relação da individualidade moderna com o meio geográfico urbano e mundial que com ela se configura, sob o signo da exterioridade e oposição. Aponta e problematiza, ainda, os fundamentos ontológicos da concepção de homem presente na obra de F. Ratzel (1844- 1904), tomado como representante das matrizes clássicas da ciência geográfica e expressão fenomênica da individualidade moderna, na medida em que representa os indivíduos cindidos em relação ao gênero humano e, por conseguinte, ao meio geográfico.