Cultura surda: possível sobrevivência no campo da inclusão na escola regular?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: CAMPOS, Mariana de Lima Isaac Leandro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFSC
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/187840
Resumo: O presente estudo tem como objetivo em geral, investigar as condições de inclusão nas duas escolas: Escola Estadual de Santa Catarina e Escola Municipal de Florianópolis que propõem novas políticas e práticas de educação inclusiva de surdos. Tal estudo envolve metodologia mista (qualitativa e quantitativa descritiva) para coleta de dados com o uso de instrumentos como observação em crianças surdas na escola regular da rede pública (Estadual de Santa Catarina e Municipal de Florianópolis); questionário fechado com as crianças surdas e professoras destas crianças; levantamento de materiais, recursos e práticas que facilitam a inclusão do aluno surdo no espaço escolar inclusivo. Os sujeitos desta pesquisa são 14 alunos surdos da escola estadual e 2 alunas surdas da escola municipal. É importante lembrar que apenas 12 alunos surdos da escola estadual responderam os questionários e apenas uma aluna da escola municipal respondeu o questionário. O estudo aponta como principais resultados em relação às categorias da Escola Estadual: a) Percepção dos alunos à professora: 100% dos alunos surdos afirmam que sua professora usa a LS com eles; 75% dos alunos compreendem na comunicação com a professora; 87,18% têm relacionamento positivo com a professora que usa a LS; 80,77% têm relacionamento positivo com a instrutora surda; b) A socialização do aluno surdo na sala de aula da escola estadual: 91,66% afirmam que seus colegas surdos usam a LS e que são compreendidos; 91,74% têm participação positiva na sala de aula com seus colegas surdos e professora; 100% afirmam existir perfeita e absoluta compreensão da LS usada pelos colegas surdos; c) o sentimento do aluno surdo em relação à escola estadual de educação bilíngüe: 100% dos alunos surdos afirmam gostar da escola e que sentem felizes lá; 100% satisfeitam com presença da LS e colegas surdos na escola; 54,17% afirmam que a escola possui condições para suas necessidades tal como a presença da LS para comunicação e material especializado; 50% sentem tristes e frustrados quando não têm artefatos da cultura surda no espaço escolar; 95,83% sentem felizes e conversam bastante com seus colegas ouvintes na escola; 63,88% têm satisfação positiva com os serviços apoios que a escola oferece. Enquanto na escola municipal aponta como principais resultados em relação às seguintes categorias: a)percepção da aluna surda à escola municipal: aluna afirma que sua professora usa a LS e que compreende na comunicação com a professora; aluna surda afirma ter uma relação com a professora; aluna surda compreende na comunicação com a ILS, mas sente nervosa quando relaciona com a mesma; aluna surda diz ter uma relação normal com a instrutora ouvinte e que sente segura com ela; b) socialização da aluna surda na sala de aula da Escola Municipal: aluna surda afirma que seus colegas usam LS, mas não são compreendidos; aluna surda diz ter participação negativa na discussão do grupo e que não consegue acompanhar o grupo; aluna surda depende da ILS para entender as perguntas dos alunos à professora; aluna surda diz compreender o que seus colegas ouvintes falam/sinalizam; c) Sentimento da aluna surda em relação à escola municipal: aluna diz que gosta da escola e que sente feliz lá; ela diz que todos da escola usa mais ou menos a LS; aluna surda diz que acompanha bem o material que a escola oferece, mas sente perdida quando não tem o uso da LS; aluna surda diz que satisfeita em estudar na sala de ouvintes e que satisfeita com os serviços de apoio que a escola oferece. Conclui-se que a escola estadual apresenta mais condições em relação à cultura surda fazendo com que os alunos surdos possam se sentir bem, felizes e interagir bem com o grupo, com a professora e todos da escola, enquanto a escola municipal a aluna surda apresenta dificuldades, atrasos na linguagem e que não consegue acompanhar o grupo. Fica comprovado que no espaço de ensino bilíngüe na presença do professor bilíngüe e pares surdos, a interação e aprendizado do aluno surdo apresentam pontos positivos e que ajudam no desenvolvimento cultural, cognitivo e lingüístico.