O professor interlocutor no contexto da educação de surdos: aspectos da atuação deste novo profissional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: SANTOS, Maurem Alessandra Abreu dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFSCar
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/190714
Resumo: Com uma presença, relativamente, recente no contexto educacional, o tradutor-intérprete de língua de sinais (TILS) merece atenção quanto à sua inserção na escola e a maneira pela qual vem se envolvendo com as experiências de aprendizagem do aluno surdo. É sabido que no contexto escolar ele é reconhecido como Intérprete Educacional (IE) e, em decorrência da exigência de formação superior docente, outras denominações passam a circular, emergindo no cenário escolar, em especial, e como de interesse deste estudo, a figura do Professor Interlocutor (PI). O objetivo geral do presente estudo foi investigar o papel do PI na escola regular e quais são as implicações de sua formação docente no processo de interação linguística e na mediação do conhecimento ocorridas entre professores ouvintes e alunos surdos, no contexto da educação para surdos. Para tanto, e como objetivos específicos, buscou-se verificar o papel que o PI vem desempenhando neste espaço escolar de projeto bilíngue, focalizando os aspectos da atuação do IE com formação docente. Bem como, verificar a relação profissional estabelecida entre PI e o PR, principalmente, nas intervenções quanto aos métodos e estratégias de ensino utilizados neste espaço escolar e, a relação com os pressupostos de um ensino com abordagem bilíngue para surdos. Neste estudo, optou-se pela ferramenta de entrevista coletiva, Grupo Focal, e, com base nas interações enunciativo-discursivas entre os participantes, a composição de encontros de discussões constituídos por Professores Interlocutores (PI) e Professores Regentes (PR) atuantes em uma escola de projeto de ensino bilíngue articulado à proposta de educação inclusiva já existente. A entrevista foi também empregada para levantamentos de dados que contribuíram para a construção do perfil profissional dos participantes, bem como, a contextualização do ambiente do projeto de escola estudado. Como procedimentos foram incluídos as sequências de fala das interações discursivas do GF destacadas, transcritas e analisadas, por eixos temáticos: “O dizer e o fazer docente”, “Reflexões sobre o fazer do PI” e “Para além das demandas do esforço”. As análises das sequências revelaram pouca clareza dos participantes sobre a educação de surdos e as implicações que deveriam ser refletidas e aplicadas em um ambiente considerado como bilíngue, atribuindo pouco ou nenhum debate sobre a Libras. Por isto, foi possível verificar indefinições quanto aos papéis a serem assumidos pelo PI; um espaço onde não há debates e nem planejamento conjunto entre PI e PR; e a Língua Portuguesa, escrita, atribuída como foco principal da atenção e do trabalho para o PI. Conclui-se que é preciso investir em uma formação que propicie aos profissionais PI e PR um debate reflexivo quanto ao ensino com abordagem bilíngue, no ensino comum.