Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Mello, Juliana Ferreira Rocha |
Orientador(a): |
Peixoto, Paulo Vargas |
Banca de defesa: |
Peixoto, Paulo Fernando de Vargas,
Caldas, Saulo Andrade,
Gava, Aldo,
Bezerra, Pedro |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
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Departamento: |
Instituto de Veterinária
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14109
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Resumo: |
Plantas do gênero Pteridium spp. estão entre as plantas tóxicas mais importantes do mundo, dada sua distribuição cosmopolita e, principalmente, pelo seu alto potencial carcinogênico para animais e também para seres humanos. Na Região Sudeste, Pteridium esculentum subsp. arachnoideum, planta conhecida popularmente como ″samambaia″ ou ″samambaia do campo″ é uma das plantas que causam maiores prejuízos econômicos na pecuária. O efeito carcinogênico se dá pela presença de um norsesquiterpeno denominado ptaquilosídeo, princípio tóxico de ação radiomimética, cuja ação pode variar em função da espécie animal, do tempo de ingestão e da quantidade diária ingerida. A ingestão de Pteridium spp. provoca um dos três diferentes quadros clínico-patológicos atribuídos à ação radiomimética da planta: Diátese Hemorrágica (DH), Hematúria Enzoótica (HE) e neoplasias do Trato Alimentar Superior (TAS), e comumente esses tipos de intoxicação são descritos sobretudo em bovinos. Até o momento, há raras referências sobre HE em búfalos. Em relação as neoplasias do TAS e DH não existiam relatos de ocorrência nessa espécie. Na Região Sudeste, pelo menos, a HE é a responsável pelo maior número de perdas, devidas não apenas ao óbito, mas também em função da queda de produtividade. Em São José do Barreiro/SP, há aproximadamente 13 anos, alguns produtores de áreas com alta incidência dessa doença, vêm substituindo os bovinos por búfalos, com base na premissa de que estes seriam mais resistentes à HE que o gado bovino. Embora, de acordo com observações iniciais, os búfalos realmente sejam menos sensíveis que os bovinos, ainda assim foi verificada a ocorrência de casos de hematúria concomitante com neoplasias do TAS nessa espécie. De acordo com o levantamento epidemiológico, essas enfermidades só ocorrem em búfalos com idade a partir de seis anos. Os três animais acompanhados no presente estudo, todavia, apresentavam bom estado nutricional e, à exceção de eliminarem sangue com a urina, aparentemente estavam saudáveis. Em relação à bexiga, verificou-se mucosa espessa, lesões ulceradas, multifocais, exofíticas, papiliformes, verrucosas, pedunculadas. Histologicamente foram observadas alterações neoplásicas e não neoplásicas semelhantes às descritas nos bovinos com HE. As lesões neoplásicas e não neoplásicas estavam presentes na base da língua, junto a tecidos anexos da orofaringe, laringe e esôfago e caracterizavam-se por múltiplos focos de lesões proliferativas exofíticas, pedunculadas em forma de couve-flor ou cone ("corno cutâneo-like"), bem como lesões circulares em placa, muitas vezes ulceradas. Dentre as neoplasias benignas foram encontrados papilomas e um fibroma. Em relação às malignas observaram-se carcinomas com diferenciação escamosa e carcinoma in situ. Descreve-se pela primeira vez a ocorrência de HE em búfalos no Brasil e faz-se o relato de neoplasias do TAS em búfalos. |