Dieta à base de plantas: saúde e sustentabilidade, percepção e aplicabilidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nascimento, Aline Simonetto do lattes
Orientador(a): Tabai, Katia Cilene lattes
Banca de defesa: Tabai, Katia Cilene, Lima, Elaine Cristina de Souza, Castro, Fernanda Travassos de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Práticas em Desenvolvimento Sustentável
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20187
Resumo: O crescimento da população e as projeções para o futuro levantam questões sobre como alimentar todas essas pessoas sem destruir o planeta. A crescente demanda de animais para alimentação está gerando degradação de recursos naturais, destruição de ecossistemas terrestres e contribui para o aquecimento global. Esses novos hábitos alimentares com alto consumo de alimentos de origem animal e ultraprocessados tem levado a um aumento nas doenças crônicas não transmissíveis. Em busca de corrigir essa sindemia, - três grandes pandemias globais: obesidade, desnutrição e mudanças climáticas - um grupo de pesquisadores desenvolveu a dieta da saúde planetária, que, entre outros, consiste na redução do consumo de alimentos de origem animal. Devido à importância deste tema, para esta dissertação, foram feitos um levantamento bibliográfico e uma pesquisa através de um questionário para analisar a percepção e aplicabilidade de uma dieta à base de plantas. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, protocolo 6.527.859. Realizou-se um pré-teste com 63 respondentes como forma de aprimorar a pesquisa. A coleta de dados de um segundo questionário, revisado e atualizado, foi realizada entre 01 e 10 de dezembro de 2023 através de um formulário eletrônico, obtendo-se 413 respondentes de todas as regiões brasileiras. A tabulação dos dados foi realizada no Google forms. Os dados quantitativos foram analisados por meio de estatística descritiva e bivariada, utilizando o teste qui-quadrado quando pertinente. O nível de significância adotado foi de 5% (p≤ 0,05) e os resultados foram processados no programa estatístico R, sendo apresentados em tabelas e gráficos com frequências absolutas e relativas, após serem tratados por estatística descritiva. Os principais resultados mostraram que 36% consumiam carne diariamente em mais de uma refeição, mas acredita que reduzir o consumo ajudaria na preservação de florestas. Embora 35% nunca tenha considerado reduzir o consumo de carne na dieta, 42% estariam dispostos a fazê-lo, entretanto o o maior desafio é encontrar substitutos saborosos. O principal motivo para se reduzir o consumo de carne foi relacionado a melhora na saúde, seguido de preocupações ambientais. Entre os homens e pessoas com nível superior de escolaridade, a motivação saúde foi mais relevante. Em relação a outros alimentos de origem animal, 88,1% consumiam ovos, 86,4% queijo e/ou manteiga e 79,7% leite e/ou iogurte. Embutidos como salsicha e nuggets 9,7% e carne vegetal ultraprocessada 9,7%. Sobre o consumo de leguminosas, o feijão seguiu sendo a mais consumida, ainda que perdendo espaço para alimentos ultraprocessados conforme outros estudos. A soja, leguminosa que o Brasil é o maior produtor mundial, foi a menos consumida. Quando perguntados sobre o destino de tanta soja plantada, 60% não soube responder. O Brasil possui enormes áreas florestais que estão sendo devastadas especialmente pelo aumento na demanda (nacional e internacional) por alimentos de origem animal. Quando perguntados sobre o o consumo de alimentos de florestas, 54,2% não tinha certeza e 17,4% não consumiam. O açaí, o cacau e a castanha do Brasil, como exemplo, são alimentos das florestas brasileiras encontrados em todo o mundo. Os dados mostram vontade de adotar hábitos mais sustentáveis, e, principalmente, saudáveis, mas há um desconhecimento sobre como agir. Devido à falta de estudos sobre o assunto, espera-se que esta dissertação sirva de apoio para políticas públicas e inspire outras pesquisas a serem realizadas.