Identificação, quantificação e virulência “in vitro” de leveduras da microbiota cervico-vaginal de cadelas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Antônio, Denise dos Santos Navarro lattes
Orientador(a): Baroni, Francisco de Assis lattes
Banca de defesa: Jesus, Vera Lúcia Teixeira de, Oliveira, Rosely Maria Zancopé, Direito, Glória Maria, Campos, Sergio Gaspar de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14280
Resumo: Diferentes problemas são atualmente observados na reprodução canina, dentre os quais se destacam aqueles que levam à infertilidade, anestro persistente ou a uma baixa prolificidade. A presença de micro-organismos ou a contaminação por eles no trato genital pode ser considerada normal. Alguns animais, no entanto, apresentam mecanismos de defesa alterados e, em decorrência, pode-se observar a multiplicação de micro-organismos no trato genital, culminando em infecções clínicas e subclínicas. É parco o conhecimento da microbiota cervico vaginal de cadelas e ainda menor quando consideramos a presença de fungos filamentosos e leveduras. Também não se conhece a virulência destas leveduras, o que leva a um questionamento sobre a capacidade de estas promoverem distúrbios reprodutivos. Objetivou-se verificar as espécies de leveduras presentes na mucosa cérvico-vaginal de cadelas e o poder de virulência “in vitro” dos isolados por ensaios de produção de protease e fosfolipase. Foram utilizadas 40 fêmeas caninas a partir de seis meses, sem limite de idade, sem distinção com relação a raça, divididas em dois grupos: Grupo I (cadelas não ovariectomizadas) e grupo II (cadelas gestantes), as quais foram submetidas a exames clínico/ comportamental e complementares para verificar a higidez. As amostras foram coletadas por dois métodos distintos, com o “swab” e por meio de um lavado cérvico-vaginal, realizado com solução salina estéril. Após a coleta realizou-se mensuração do pH vaginal com fita da Macherey-Nagel. Os lavados relativos a cada animal foram mantidos sob refrigeração, para posterior processamento, incluindo-se, isolamento, identificação, quantificação e avaliação dos fatores de virulência. Para o isolamento, as amostras foram semeadas na superfície de meio de cultura Ágar Infuso Cérebro e Coração, acrescido de cloranfenicol. Em seguida, foram realizadas as provas bioquímicas necessárias para a identificação das leveduras isoladas. A avaliação da produção de protease e de fosfolipase foi realizada “in vitro”, utilizando-se os meios específicos, acompanhando-se o desenvolvimento das colônias e o desenvolvimento de halos relacionados com a produção destas enzimas. Das 40 cadelas utilizadas para coleta do material ginecológico, em 33 (82,5%) obteve-se o crescimento fúngico. Foram obtidos 60 isolados, sendo 21 (35,0%) identificados como Candida spp, 19 (31.66%) Malassezia spp, 13 (21,66%) Rhodotorula spp e 7 (11,66%) Trichosporon spp. Em relação a contagem de células viáveis, para o primeiro grupo a média foi de aproximadamente 24,10 + 01 e para o segundo de 36,76 + 01. Das 60 cepas testadas para produção de protease 22 (36,66%) foram negativas, 20 (33,33%) positivas e 18 (30,0%) forte positivas, e para produção de fosfolipase 27 (45,0%) foram negativas, 23 (38,33%) forte positivas e 10 (16,66%) positivas. A grande maioria das amostras isoladas apresentou algum grau de virulência se considerarmos a capacidade de produção de protease e fosfolipase. O isolamento das cepas agentes de possíveis distúrbios reprodutivos, a determinação das espécies e a avaliação dos fatores de virulência representam talvez a solução de inúmeros distúrbios ainda pouco explicados e controlados na medicina veterinária.