Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Barcelos, Daniella Silva
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Orientador(a): |
Andrade, Gisele Braziliano de
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
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Departamento: |
Instituto de Veterinária
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14140
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Resumo: |
A leishmaniose visceral canina é uma importante doença de saúde pública no Brasil e no mundo. O cão é considerado importante reservatório e fonte de infecção da Leshmania infantum para o homem por apresentar altas prevalências da infecção, presença de formas amastigotas na pele e por se fazer sempre presente nos ambientes domésticos e peridomésticos. O objetivo desse estudo foi avaliar os aspectos clínicos, parasitológicos e sorológicos da leishmaniose visceral canina em cães naturalmente infectados em duas áreas distintas de transmissão intensa. Foram realizados exames hematológicos, bioquímicos e sorológicos, assim como análise histopatológica da pele íntegra de orelha dos 41 cães provenientes de Conceição de Jacareí/RJ e 42 cães de Campo Grande/MS. Quando utilizou-se a histopatologia como uma ferramenta auxiliar no diagnóstico da LVC, a eficácia da detecção dos animais infectados dobrou em relação à utilização somente do teste sorológico. As principais manifestações clínicas como as lesões de pele, hipertrofia generalizada dos linfonodos e hepatoesplenomegalia foram encontradas nos cães das duas áreas estudadas. Entretanto, a intensidade e freqüência de sinais clínicos observados variaram entre as duas localidades: enquanto que em Conceição de Jacareí/RJ a maioria dos animais mostrou-se assintomático, o perfil clínico dos cães estudados em Campo Grande/MS foi predominantemente polissintomático. O infiltrado inflamatório constituiu um achado histológico comum na pele dos cães infectados, estando sempre associado à presença dos parasitas. Porém, o infiltrado nos cães de Campo Grande/MS foi predominantemente moderado e intenso, com a presença de células mononucleares e neutrófilos na maioria dos cães. As severas alterações no tecido conjuntivo da derme dos animais, associadas à perda da arquitetura normal e conseqüente substituição das fibras grossas de colágeno pelas fibras finas, foram freqüentemente evidenciadas nos cães que apresentaram um intenso infiltrado inflamatório, áreas de necrose e presença abundante de formas amastigotas. As formas amastigotas foram encontradas independentemente da sintomatologia observada e da área geográfica de ocorrência. Observamos que nos animais com sintomatologia clínica que continham poucas ou nenhuma forma amastigota, o infiltrado inflamatório era constituído principalmente de linfócitos e macrófagos. Quando muitos parasitas estavam presentes, o infiltrado era adicionalmente constituído por polimorfornucleares (neutrófilos). A associação da presença de polimorfornucleares na pele íntegra de cães com características clínicas sugestivas de LVC poderia aumentar a eficácia do diagnóstico. Importante o fato de termos encontrado, tanto em Conceição de Jacareí/RJ como em Campo Grande/MS, 75% de cães assintomáticos com parasitas na pele. Deste modo a pele pode ser considerada um importante reservatório de formas amastigotas em cães assintomáticos. Em áreas endêmicas, os cães com sintomatologia clínica são aqueles logo direcionados ao exame sorológicos e conseqüentemente descartados. Assim, os cães sem sintomatologia clínica (e com parasitas na pele) constituem importantes fontes de infecção para os vetores. O mesmo raciocínio diz respeito aos animais soro-negativos, metade deles, por apresentarem as formas amastigotas, estariam atuando como importantes hospedeiros reservatórios da infecção para o homem. |