Efeito de borda em um contexto de Florestas Urbanas: resultantes estruturais de usos pretéritos do solo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Monteiro, Flavia de Carvalho Dias lattes
Orientador(a): Oliveira, Rogério Ribeiro de lattes
Banca de defesa: Magalhães, Luís Mauro Sampaio, Montezuma, Rita de Cássia Martins
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11257
Resumo: A Mata Atlântica é um dos biomas mais ameaçados do mundo. Desde antes de sua descoberta pelo ocidente, a floresta já era utilizada e apropriada por populações nativas. Com a intensificação da ocupação deste bioma, geraram-se paisagens compostas por mosaicos de florestas de diferentes idades, provenientes de usos diversos, que se sobrepõem no tempo e no espaço. Os fragmentos remanescentes estão ainda sujeitos a vários impactos antrópicos, tais como os efeitos de borda. Desta forma, procura-se analisar como a dinâmica homem-natureza exerce suas influências na transformação da paisagem. Procurou-se compreender os efeitos de borda na estrutura e composição de duas áreas de Mata Atlântica, localizadas no Parque Estadual de Pedra Branca na cidade do Rio de Janeiro, RJ; uma localizada no fundo de vale (bacia do rio Caçambe) e a outra no divisor de drenagem (bacia do rio Grande). Em cada área de estudo, foram selecionados 2 sítios amostrais; um adjacente à borda e o outro distante a cerca de 100 metros da borda (interior de floresta). Os quatro sítios amostrais foram denominados borda de fundo de vale (Bfv), interior de fundo de vale (Ifv), borda do divisor de drenagem (Bdd) e interior do divisor de drenagem (Idd). As mudanças provocadas pela existência de uma borda envolveram avaliações de efeitos biológicos, utilizando como ferramenta a riqueza de espécies, a densidade, estrutura diamétrica e de tamanho dos indivíduos. Para a amostragem das áreas, foram implantadas 32 parcelas, de 100 m² (0,32 ha), sendo que o critério de inclusão adotado foi DAP ≥ 5 cm. Foram amostrados 309 indivíduos de 77 espécies, 70 gêneros e 32 famílias. A área basal total foi de 28,89 m2/ha e densidade de 966 ind./ha. Leguminosae, Meliaceae e Sapotaceae apresentaram os maiores valores de riqueza de espécies. O número total de espécies amostradas foi compatível com formações assemelhadas do sudeste Brasileiro. As bordas apresentaram uma riqueza de espécies próxima à das áreas interioranas. Os diâmetros médios variaram entre 32,9 cm e 36,2 cm nas bordas e 42,2 cm e 53,1cm nos interiores de floresta. Provavelmente, as bordas amostradas encontramse em estágio de regeneração natural, representando grupos sucessionais iniciais, distintos daqueles que ocorrem no interior da floresta. A não similaridade das áreas, aferida com o uso do Índice de Sørensen mostrou que cada uma das áreas é constituída por conjuntos de espécies características. Estes resultados podem ser atribuídos às diferentes orientações de encosta, situação geomorfológica e aos usos pretéritos das áreas.